Pará

Acidentes com moto custam R$ 100 milhões ao SUS

O perfil de pacientes é prioritariamente de homens jovens, da faixa etária entre 20 e 39 anos. Foto: Divulgação
O perfil de pacientes é prioritariamente de homens jovens, da faixa etária entre 20 e 39 anos. Foto: Divulgação

Levantamento do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, aponta que as ocorrências envolvendo motocicletas figuram entre as principais causas de atendimentos e internações relacionadas ao trânsito na unidade, em 2022.

De janeiro a setembro deste ano, foram 1.286 entradas de motociclistas no Pronto Atendimento da unidade, que geraram 745 internações. O dado representa 38% do total de atendimentos relacionados ao trânsito, ocupando o segundo lugar no ranking, atrás apenas das colisões. Em terceiro lugar estão os atropelamentos.

O Hospital Metropolitano é a principal referência para traumas na região Metropolitana de Belém, por isso, recebe um alto fluxo de vítimas de acidentes de trânsito. O perfil destes pacientes é prioritariamente de homens jovens, da faixa etária entre 20 e 39 anos.

Durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.656 atendimentos a motociclistas na unidade, o que representa mais de quatro por dia. “Mesmo durante o ano mais grave da pandemia, onde o fluxo de pessoas nas ruas estava menor, o número de acidentes é expressivo. Isso só reforça a necessidade de seguir as medidas de segurança”, alerta a médica e diretora técnica do HMUE, Renata Coutinho.

“É fundamental que as pessoas se conscientizem e respeitem as suas próprias vidas. Só assim conseguiremos reduzir esses dados tão preocupantes”, complementa a especialista. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), 167 mil eventos do tipo foram identificados no ano passado, totalizando 54% dos acidentes de trânsito do país.

Renata Coutinho explica que não há como prever qual dano cada acidente causará, mas os casos mais comuns são fraturas expostas, nos membros superiores e inferiores.  “Não tem como dizer como será o pós acidente, mas sabemos quais são as lesões que geram um dano maior ao paciente, que no caso das motocicletas, são as na cabeça e coluna, por exemplo”, explica a médica.

Custos

Esse tipo de acidente, além de apresentar risco de vida ou sequelas permanentes, geram um alto custo aos cofres públicos. Só no ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) desembolsou cerca de R$ 100 milhões para tratar motociclistas no Brasil.

No Hospital Metropolitano, que pertence ao Governo do Estado e é gerenciado pela Pró-Saúde, o custo médio de cada alta, independentemente do motivo da internação, é de cerca de 21 mil reais. O dado toma como base a média de dias de internação dos pacientes, que varia entre oito e 18 dias. Em caso mais graves e complexos, em que esse período é ampliado, o custo é ainda maior.

Fonte: Agência Pará