Na tarde desta terça-feira (15), condutores de duas motocicletas foram autuados por agentes do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) e da Polícia Militar. Os veículos circulavam irregularmente em área isolada da Praia do Atalaia, em Salinópolis, mais precisamente na região conhecida como Ponta da Sofia, onde o tráfego motorizado é proibido por decisão judicial.
O local, situado na altura do 3º atalho de acesso ao balneário, está interditado para circulação de veículos por recomendação do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). A medida visa proteger um dos principais pontos de desova de tartarugas marinhas na região, evitando que ninhos sejam destruídos pelo tráfego de motos e carros, prática que representa risco direto à reprodução da espécie.
Segundo informações, além de ultrapassarem a barreira física de contenção, os quatro jovens flagrados na área praticavam manobras perigosas com as motocicletas, como empinar os veículos. Nenhum deles possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o que agravou a infração.
Responsabilização – Vale lembrar que a legislação ambiental considera crime a circulação de veículos automotores em áreas de preservação, especialmente em espaços com comprovada presença de espécies ameaçadas de extinção, como as tartarugas marinhas. A violação das regras pode gerar responsabilização cível, administrativa e penal aos infratores. O isolamento da Ponta da Sofia, portanto, não se trata apenas de uma medida de ordenamento turístico, mas de proteção efetiva à biodiversidade costeira.
Durante todo o período da Operação Verão 2025, o Ideflor-Bio e os órgãos parceiros irão manter equipes de monitoramento fixas e móveis na área da Ponta da Sofia. O objetivo é garantir o cumprimento das normas ambientais, prevenir danos à fauna e flora local e orientar visitantes quanto à importância da preservação dos ecossistemas sensíveis.
“O cuidado com a reprodução das tartarugas é um compromisso coletivo. A presença de veículos em áreas de desova representa um risco gravíssimo. Nosso trabalho é garantir que a natureza tenha a tranquilidade necessária para seguir seu ciclo. Vamos seguir firmes com o monitoramento, em parceria com os demais órgãos”, afirmou Ellivelton Carvalho, diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio.