Olimpíadas

COB culpa ondas e ventos por Olimpíada com quatro ouros a menos

A brasileira Tatiana Weston-Webb perdeu a medalha de ouro no surfe das Olimpíadas de Paris por apenas 18 centésimos em sua última nota.
A brasileira Tatiana Weston-Webb perdeu a medalha de ouro no surfe das Olimpíadas de Paris por apenas 18 centésimos em sua última nota.

A natureza é a principal responsável pelo Brasil não ter atingido a meta de repetir, em Paris, o número de medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e de Tóquio-2020. Ao menos foi esse o argumento apresentado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) em balanço feito à imprensa neste domingo (11) na Casa Brasil, na capital francesa.
“Se não fossem algumas ondas, alguns ventos e alguns contratempos que aconteceram ao longo dos Jogos Olímpicos, possivelmente a gente teria quebrado o recorde”, comentou o diretor de Esporte do COB, Ney Wilson.
A “onda” é uma referência à semifinal do surfe masculino, quando o mar acalmou e não ofereceu ondas para Gabriel Medina buscar sua segunda nota e acabou derrotado sem ter a chance de tentar. Na vela, porém, o melhor resultado do país foi um oitavo lugar, da dupla Martine Grael/Kahena Kunze, que já não chegou à Olimpíada entre as cotadas ao pódio, depois de um ciclo ruim.
Com somente três medalhas de ouro, menos da metade do que em Tóquio, o Brasil ocupa somente a 20ª colocação no quadro de medalhas, exatamente a posição em que o presidente Paulo Wanderley Teixeira, em entrevista à Folha no ano passado, disse que o Brasil não ficaria.
Questionado sobre o que aconteceu para a promessa não ser cumprida, o dirigente voltou a culpar a natureza e isentou o COB. “A gente não controla variáveis. Não consigo fazer com que a natureza faça onda, ou ventos para a vela. Em um trabalho interno vamos verificar o que aconteceu com os ateltas. Uma coisa posso afirmar: por números, estatistias, o investimento foi maior do que em Toquio. Toda e qualquer demanda que venha de uma confederação, de uma equipe um técnico, foi atendida.”
No balanço, a diretoria do COB se apoiou também nos “quase”. Em apresentação da vice-chefe de delegação Mariana Mello, foi mostrada uma lista de 11 resultados em quarto e quinto lugares, um número estatisticamente esperado para um país que ganhou 10 medalhas de bronze.
“Foram 11 atletas que foram para a disputa de medalha. Se ganhassem, estaríamos com 31 medalhas”, justificou Paulo Wanderley.
Pela primeira vez desde 2008, nenhuma modalidade brasileira estreou no pódio. Para o COB, detalhes impediram que isso acontecesse. “A gente nunca teve tantas modalidades para chegarem à medalha olímpica. Em várias conversas também apresentei modalidades muito próximas de chegar na medalha olímpica: ginástica rítmica, canoagem slalom, tênis de mesa. Quando analista o quadro, muitos deles foram detalhes que deixou a medalha escapar”, disse Ney Wilson.

 

*SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)