A demissão do técnico Claudinei Oliveira acrescentou mais um desafio ao PSC nesta Série B, além dos muitos problemas já enfrentados na competição. A contratação de um novo treinador a essa altura implica em considerar um tempo mínimo de adaptação, necessário para conhecer os jogadores e dar ao time um novo formato.
Dos nomes especulados, nenhum desperta maior entusiasmo no torcedor. Evaristo Piza, o primeiro a ser cogitado, tem passagens fracas pelo Botafogo-PB, a última marcada pela eliminação na Série C deste ano.
Marcelo Cabo, o nome mais recente da lista, viveu bons momentos no Remo, mas acaba de virar simplesmente o herói do emocionante acesso do Santa Cruz, o que inviabiliza qualquer acerto com o Papão.
Hélio dos Anjos chegou a ser lembrado por alguns sites, mas a diretoria imediatamente desmentiu qualquer contato com o veterano treinador, hoje no Náutico. Ainda bem, pois seria uma prova de desespero e um gesto de tremendo desrespeito com o próprio PSC, depois de toda a confusão envolvendo a demissão de Hélio no ano passado.
Há lugar até para uma opção caseira. O coordenador da base, Ignácio Neto, ex-treinador da Tuna na Série D, teve seu nome analisado para o cargo. Contra essa escolha pesa, porém, o efeito junto à torcida. Passaria a ideia de que o clube está projetando a temporada 2026 e, de certa forma, jogando a toalha em relação ao rebaixamento.
O certo é que o substituto de Claudinei será anunciado nas próximas horas. Mas, seja quem for o escolhido, a missão é das mais espinhosas. Terá 13 rodadas para tentar livrar o Papão de um rebaixamento dado como provável até por gente do próprio clube. A dificuldade para encontrar um técnico tem a ver justamente com esse cenário.
Para evitar a queda, o time precisa conquistar 24 pontos (oito vitórias) até o fim do campeonato, sendo que nas 25 rodadas que disputou só conseguiu vencer quatro vezes.
Leão vive enfim uma semana de paz
Fazia algum tempo que o Remo não vivia uma semana tão tranquila neste returno da Série B. A importante vitória sobre o Amazonas, fora de casa, além de fazer o time se reaproximar do G4, alivia momentaneamente a pressão sobre o técnico Antônio Oliveira e até sobre o próprio elenco.
A partida em Manaus foi vencida com a dose de objetividade que andava faltando. Os três pontos devolvem a confiança e a esperança da torcida no acesso. Depois de tropeços seguidos, o time foi buscar a reabilitação diante de um adversário tradicionalmente difícil dentro de seus domínios.
Outra excelente notícia para o Leão foi o resgate do goleador Pedro Rocha, que rompeu o incômodo jejum, marcando logo duas vezes. Voltou a se isolar na liderança da artilharia do campeonato. Os gols de Pedro Rocha abriram caminho para a vitória, fazendo a diferença dentro de um jogo que começou repleto de erros do time paraense.
A vitória por 3 a 1, sacramentada nos instantes finais com o gol de Marrony, dá o impulso necessário para acreditar que é possível chegar ao G4. Apesar dos problemas de criatividade no meio-de-campo, o time recuperou a pegada vencedora.
Além da recuperação de Pedro Rocha, é importante ressaltar também a participação eficiente de Nico Ferreira, a firmeza de Klaus e a atuação de Alan Rodríguez no 2º tempo. Por outro lado, Diego Hernández e Eduardo Melo seguem devendo, sem justificar a titularidade.
Caso Bruno Henrique, perigoso aceno à impunidade
A decisão do STJD sobre Bruno Henrique é tão estapafúrdia e sórdida que repercute até agora, uma semana depois. Ninguém entendeu o que o principal tribunal de justiça desportiva pretendeu ao aplicar a suspensão de 12 jogos (válidos exclusivamente pelo Brasileiro), abrindo brecha para recursos que podem deixar BH livre para jogar.
Não é segredo para ninguém que no Brasil as decisões dos juízes – de tribunal e de campo – normalmente se adequam aos interesses dos clubes mais poderosos. Não foi diferente desta vez.
O STJD vestiu o uniforme rubro-negro por baixo da toga e tratou de aplicar uma pena branda ao atacante Bruno Henrique, que forçou o recebimento de cartão para lucrar com apostas esportivas.
Foi o mesmo que conceder um habeas-corpus para futuras falcatruas. O caso, que ainda não transitou na Justiça Comum, fica ainda mais acintoso na comparação com as suspensões pesadas impostas a Eduardo Bauermann e Alef Manga, obrigados a ficar um ano afastados dos gramados.
O que Manga e Bauermann fizeram para merecer pena tão superior à de Bruno Henrique? Talvez o fato de ser um jogador de “outro patamar” justifique a benevolência da Corte para com o atacante rubro-negro.
Rock (ainda) é coisa de pele
Iggy Pop, Green Day e Bad Religion restituem a glória e a majestade do gênero musical mais rebelde. Evoé!