O baile que o Brasil tomou da Argentina (sem Messi), ontem, na mais larga vitória em 64 anos de rivalidade, só teve o mérito de confirmar a fase insustentável da Seleção e a necessidade de mudanças urgentes no comando. A pouco mais de um ano da Copa do Mundo, não há um mínimo de entrosamento ou organização em campo, muito menos fora dele.
Almada, De Paul, Enzo Fernández, Alvarez, Martinez e seus companheiros passearam no gramado do Monumental de Núñez. O 4 a 1 foi até modesto para a superioridade do time de Scaloni. Do outro lado, uma exibição pífia do Brasil, como há muito tempo não se via em duelos com os argentinos.
Não há dúvida quanto ao grande momento do futebol argentino, campeão do mundo em 2022 e líder absoluto nas eliminatórias sul-americanas, mas a Seleção Brasileira conseguiu se apequenar a ponto de ser humilhada pelos passes em velocidade e a organização dos donos da casa.
Era como se um time de elite estivesse enfrentando uma equipe de quarta divisão. Constrangimento total, pois o Brasil sempre foi dominante no continente e por décadas foi superior também no mundo. Na vergonhosa atuação de ontem, a Seleção sofreu sua pior derrota em eliminatórias.
No final, depois da goleada incontestável, os argentinos faziam gestos de deboche, mandando a pequena torcida brasileira se calar em meio à cantoria tradicional de insultos. Desta feita, nem adianta reclamar, faz parte do ritual de confrontos entre os dois velhos rivais.
Diante do escasso tempo para a Copa do Mundo, há urgência de mudança no comando da Seleção. Apático e omisso, Dorival teve tempo para dar ao time feições competitivas, contou com jogadores que poderiam render mais se houvesse um sistema organizado.
O único gol brasileiro foi de Mateus Cunha em lance individual. Ele roubou a bola de Paredes e bateu no canto direito da trave de Martinez. Foi o único chute a gol do Brasil no 1º tempo. Na etapa final, quando a vaca já estava no brejo, Raphinha mandou uma bola no travessão ao cobrar uma falta.
Aliás, toda a fanfarronice exibida na entrevista a Romário evaporou diante do melhor futebol dos argentinos. A provocação de Raphinha só serviu para dar mais motivação ao adversário, que se atirou ao jogo em muitos momentos como se estivesse a disputar a classificação.
Toda a preparação do Brasil, com seis mudanças na escalação, resultou inútil e sem efeito prático. Falta futebol e alternativas de jogo. Os argentinos mostraram como se faz. Scaloni tem os mesmos problemas de falta de tempo para treinar, mas o time dele tem jogadas ensaiadas até em arremesso lateral perto da área adversária.
Abusou dos avanços em velocidade, das inversões de jogadas, da rapidez na reposição e da pressão na saída de bola, instrumentos óbvios no futebol moderno. Nenhum mistério ou inovação, apenas trabalho e competência.
Ednaldo Rodrigues, presidente recém-aclamado para continuar dando as cartas no futebol brasileiro, precisa sair da lerdeza e agir de forma prática. O primeiro passo é escolher um técnico com estofo e conhecimento para comandar a Seleção. Dorival faz um trabalho ruim, mas a CBF é a grande responsável pela bagunça toda.
Rossi se destaca pela liderança responsável
Rossi vem correspondendo em campo às expectativas da torcida e diretoria do PSC. Faz gols e assistências, sua a camisa de verdade, joga até o limite da exaustão e ajudou o time a conquistar uma taça (Super Copa Grão Pará) e a se classificar para a final da Copa Verde.
O atacante apresenta conduta impecável como atleta e agora também como líder. Tem o respeito dos companheiros e comanda o time durante as partidas. Mostra responsabilidade em relação a assuntos que envolvem o clube ao convocar o torcedor para doações que ajudem nas obras do CT.
É um papel cada vez mais raro no futebol paraense. Até mesmo pelo fato de haver uma presença maior de jogadores importados, quase ninguém se manifesta em assuntos que não tenham ligação com o campo/bola. São relações restritas à esfera profissional.
Rossi está rompendo essa barreira. Como atleta paraense, nascido em Prainha, ele demonstra com atitudes que é possível conciliar profissionalismo e envolvimento afetivo com o clube. Ainda bem.
Laís Souza faz palestra sobre esporte e superação
Como aperitivo para a Corrida Nacional, o Sesi Pará promove palestra com a ex-ginasta Laís Souza, no próximo dia 4 de abril, às 19h, no Teatro do Sesi. A entrada é gratuita e a inscrição deve ser feita no site do evento: https://bit.ly/palestra-lais-souza.
Laís integrou a seleção brasileira e competiu em quatro olimpíadas, quatro mundiais e três Pan-Americanos, conquistando 53 medalhas. Em 2013, decidiu treinar para competir no esqui aéreo. Em 2014, na preparação para os Jogos Olímpicos, sofreu um acidente que resultou numa fratura da coluna cervical, tornando-se tetraplégica.
Hoje, Laís é apresentadora de TV e palestrante, compartilhando sua história de vida, desde a carreira no esporte olímpico até os desafios enfrentados após o acidente. Em Belém, ela abordará a importância do esporte e a superação, temas que marcaram sua jornada.