ECONOMIA

Veja como organizar as finanças e ficar longe das dívidas

Para dar o primeiro passo na organização das finanças pessoais é preciso verificar quais os riscos das dívidas contraídas.

A inadimplência no Brasil alcançou um novo recorde histórico em abril de 2025, com 70,29 milhões de consumidores negativados, o que representa 42,36% da população adulta.
A inadimplência no Brasil alcançou um novo recorde histórico em abril de 2025, com 70,29 milhões de consumidores negativados, o que representa 42,36% da população adulta.

Cerca de 37% dos consumidores com contas em atraso há pelo menos três meses não fazem controle de gastos. É que aponta uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, divulgada nesta quinta-feira, 07. Segundo o levantamento, a falta de educação financeira dos consumidores é um componente importante neste contexto. 

As principais razões da falta de controle orçamentário incluem a falta de controle à ausência de disciplina para gerenciar as despesas e dificuldade de manter um rendimento fixo ou o desconhecimento exato dos ganhos. “Falar que ‘só vive uma vez’ também é uma armadilha. Os juros pela pela falta de pagamento do cartão crédito é um absurdo e chega a mais de 400% ao mês. O mau uso do cartão é outro fator para o endividamento”, explica a economista e educadora financeira Lais Lima. A pesquisa também aponta que 35%  dos entrevistados estão esperando ganhar mais dinheiro para começar a organizar a minha vida financeira.

Para dar o primeiro passo na organização das finanças pessoais é preciso verificar quais os riscos das dívidas contraídas. “Se o juros está correndo, se tenho risco de perder um imóvel ou automóvel, se tem risco de corte na energia ou água”, pontua a especialista. A dica é classificar as dívidas de forma ordenada, da menor para a maior e assim conter o avanço dos juros. Evitar a compulsão por compras é outra dica da educadora financeira para evitar gastos desnecessários. “Eu costumo estabelecer a regra dos três dias: geralmente a compulsão vem acompanhada de ansiedade, então espera-se três dias para decidir se ainda quero fazer aquela compra”. 

Lais Lima: “O mau uso do cartão é outro fator para o endividamento” FOTO: divulgação

Quem não está endividado ou não deseja ser um reincidente no atraso de contas, a orientação da especialista é começar a criar uma reserva de emergência para cobrir eventuais imprevistos. “Com o valor que eu pagava as dívidas, posso montar a reserva, além de não deixar de planejar os gastos de forma periódica. O dinheiro faz parte da nossa vida, nos traz conforto e segurança, portanto não podemos negligenciar e chegar no endividamento”, finaliza Lais Lima. 

O levantamento da CNDL mostra ainda que 63% dos consumidores fazem o controle do orçamento, principalmente usando o caderno de anotações (27%) e a planilha no computador (23%). Entre os que controlam seu orçamento, a maior parte das anotações refere-se às despesas essenciais como mantimentos, produtos de higiene, luz, água, aluguel, condomínio, mensalidades de escolas (85%). 

Já 77% controlam os rendimentos considerando a soma de todo dinheiro que recebem como salário, mesadas, aluguéis, ajuda de familiares, “bicos”, pensão, aposentadoria. Em seguida, 75% monitoram as prestações de compras de itens como roupas, imóvel, carro etc., enquanto 70% controlam os gastos não essenciais, como salão de beleza, lazer, saídas a bares e restaurantes, lanches, estacionamentos, taxi, roupa e presentes.