
Com a morte do papa Francisco na madrugada de segunda-feira (21/4), o Vaticano e a Igreja Católica estão de olho no próximo líder da Santa Sé. A morte do pontífice abriu caminho para intensas especulações sobre quem assumirá o cargo, com candidatos de diversas partes do mundo ganhando destaque.
O processo de escolha do novo papa ocorre por meio de um conclave, uma reunião secreta de cardeais eleitores com menos de 80 anos, que devem votar até que um nome receba dois terços dos votos. Esse processo pode demorar e envolver várias rodadas de votação.
Francisco, por exemplo, foi eleito em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, por 116 dos 120 cardeais. Com sua morte, a Igreja tem de 15 a 20 dias para organizar o conclave. A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “com chave”, referindo-se ao isolamento dos cardeais durante a eleição.
Quem são os favoritos ao papado?
Entre os nomes mais cotados está o italiano Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Próximo a Francisco, Zuppi se destacou por suas missões de paz e diplomacia.
Outro nome forte é o filipino Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila. Visto como um continuador das reformas de Francisco, sua eleição poderia fortalecer a presença da Igreja na Ásia.
O cardeal ganês Peter Turkson também é um nome importante. Com uma longa trajetória na Cúria Romana e defensor de causas sociais, ele é cotado para ser o primeiro papa negro da história. O húngaro Péter Erdő, membro do Conselho para a Economia da Santa Sé, também é considerado, mas sua candidatura depende do cenário político dentro do conclave.
E os brasileiros?
Com a eleição de Francisco, a América Latina conquistou um espaço importante na Igreja, e o Brasil, como maior país católico, continua a ter um papel relevante. Embora o cenário atual não favoreça tanto uma candidatura brasileira, alguns nomes ainda são mencionados.
O Brasil conta com sete cardeais eleitores no conclave, sendo dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, um dos mais recentes nomeados. Outros cardeais com direito a voto são dom Leonardo Steiner e dom Paulo Cezar Costa.
A influência de Francisco é evidente, já que ele nomeou cerca de 80% dos cardeais com direito a voto, o que pode favorecer a continuidade de suas ideias na escolha do próximo pontífice.