RAIO-X DO REMO

Um modelo em reconstrução

O Remo do começo do Campeonato Brasileiro tinha peças muito bem definidas para sustentar um sistema de jogo baseado em jogadas pelos lados e transições rápidas.

A 18ª rodada da Série B foi positiva para Remo e Paysandu, se considerarmos os resultados finais.
O Remo do começo do Campeonato Brasileiro tinha peças muito bem definidas para sustentar um sistema de jogo baseado em jogadas pelos lados e transições rápidas. Foi a forma encontrada por Daniel Paulista para injetar competitividade a um time com sérias limitações em alguns setores. Deu certo enquanto durou a permanência do técnico. . Foto: Samara Miranda/ascom Remo

O Remo do começo do Campeonato Brasileiro tinha peças muito bem definidas para sustentar um sistema de jogo baseado em jogadas pelos lados e transições rápidas. Foi a forma encontrada por Daniel Paulista para injetar competitividade a um time com sérias limitações em alguns setores. Deu certo enquanto durou a permanência do técnico. 

Os laterais Marcelinho e Sávio eram responsáveis pelas ações engendradas nos corredores laterais, dando suporte e trocando passes com Janderson e Pedro Rocha, respectivamente. No meio, Caio Vinícius era a peça de proteção à defesa na condição de primeiro volante.

Jaderson e Pavani ajudavam na marcação e cuidavam da movimentação de arrasto rumo ao ataque, cobrindo as subidas dos laterais. O esquema se mostrou eficiente o bastante para garantir ao Remo vitórias seguidas em Belém e uma invencibilidade que perdurou pelas 11 rodadas iniciais.

A partir da entrada em cena de Antônio Oliveira, substituto de Daniel Paulista, o Remo mudou de configuração. Sobrou muito pouco do time impetuoso e intenso nas transições. A preocupação era fustigar a zaga adversária, sem preocupação em reter a bola.

Desde a estreia no clássico, a equipe passou a cadenciar os movimentos, buscando ter mais controle das ações, mas perdendo força e presença no ataque. Essa mudança foi mal assimilada diante do maior rival e prevaleceu até o 1º tempo do confronto com o Athletic.

A partir da 2ª etapa, o Remo mudou de atitude em campo. O time avançou suas linhas, com Jaderson e Marrony atacando a defesa adversária, conseguindo com isso construir a primeira vitória fora de casa.

Não é tarefa simples implantar um novo modelo de jogo. O Remo ainda tentando ser mais consistente nos três setores voltou a ter problemas diante do Cuiabá, situação que gerou um frustrante 0 a 0 diante do Fenômeno Azul. 

Mais confusa ainda foi a apresentação diante da Chapecoense, embora o placar de 1 a 1 tenha sido um excelente resultado. O mesmo escore aconteceu na rodada seguinte, em Belém, diante do Novorizontino.

É claro que todos esses adversários – Cuiabá, Chapecoense e Novorizontino – estão naquela faixa de competidores diretos pelo G4, como a coluna observou antes.

A boa notícia é que diante do Avaí já surgiram os primeiros sinais de êxito nas tentativas de reconstrução, com a entrada em cena de novos atletas no corredor direito – Natan Santos e Marrony – e um meio-campo renovado com a presença de Cantillo.

Para os próximos jogos, que marcam a virada de turno, o Remo passará a ter um jogador mais agressivo pelos lados. O uruguaio Diego Hernandez, que teve passagem pelo Botafogo, é a bola da vez para adicionar intensidade ofensiva ao time idealizado por Antônio Oliveira.

Baixas forçam Claudinei a mexer na articulação

Sem poder contar com Leandro Vilela, novamente suspenso, e diante da incerteza quanto ao aproveitamento de Rossi, o técnico Claudinei Oliveira terá que fazer mudanças no setor de articulação do PSC para o estratégico confronto com o Athletic, segunda-feira (28), na Curuzu.

Ronaldo Henrique, que tem sido aproveitado em todas as partidas desde que Claudinei assumiu, será o substituto de Vilela no meio. Anderson Leite tem boas possibilidades de entrar, com Denner completando o trio de meia-cancha.

Caso Rossi não possa jogar, o ataque segue com o trio responsável pelo alto rendimento ofensivo da equipe nas seis últimas rodadas: Marlon, Diogo Oliveira e Garcez.

A defesa, porém, terá que seguir com Thalison e Maurício, já que Novillo (expulso em Manaus) cumprirá suspensão. Quintana é outra alternativa. Thiago Heleno, vetado nas últimas partidas, continua de fora.  

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 23h, na RBATV. Participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, a 19ª rodada para os clubes paraenses na Série B.

Refeição pós-jogo é inspirada em ideia de Guardiola

Depois da festejada vitória sobre o Avaí, na quinta-feira (24) à noite, o jantar dos atletas do Remo foi servido em espaço montado dentro dos vestiários do Mangueirão. Ideia do Departamento de Nutrição do clube, em conexão direta com a comissão técnica de Antônio Oliveira.

Os responsáveis pela iniciativa são o coordenador Pedro Bastos, o nutricionista Rodrigo Pamplona e o chef de cozinha Danniel Skyrme. O jantar pós-partida visa contribuir para a recuperação física e metabólica dos atletas, diante do calendário intenso, com dois jogos por semana.

A notícia causou surpresa, mas não é exatamente nova. Quando treinou o Bayern de Munique, de 2013 a 2016, Pep Guardiola provocou uma pequena revolução no clube, implantando novos horários e hábitos. Entre outras coisas, introduziu as refeições servidas após as partidas.   

Pep não aprovava a saída dos atletas para jantar na noite germânica, sempre com o risco de excessos prejudiciais ao condicionamento físico. Por isso, fez o Bayern montar um restaurante dentro da Allienz Arena para que todos jantassem ali, após os jogos, sob suas vistas. Os sete títulos que conquistou provam que estava certíssimo.