PAPÃO AVASSALADOR

Um feito sem defeitos

Em plena semana de comemoração dos 60 anos da mítica vitória sobre o Peñarol, por 3 a 0, o PSC conquistou um triunfo épico sobre o vice-líder Coritiba

Em plena semana de comemoração dos 60 anos da mítica vitória sobre o Peñarol, por 3 a 0, o PSC conquistou um triunfo épico sobre o vice-líder Coritiba
O Paysandu conquistou uma vitória expressiva na noite deste sábado (19), ao derrotar o Coritiba por 5 a 2, no Estádio Couto Pereira. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Em plena semana de comemoração dos 60 anos da mítica vitória sobre o Peñarol, por 3 a 0, o PSC conquistou um triunfo épico sobre o vice-líder Coritiba, no estádio Couto Pereira, na noite de sábado (19). Foi a maior goleada da atual Série B e a primeira vez que o Papão venceu fora de casa sob o comando do técnico Claudinei Oliveira.

O comportamento do PSC foi impressionante. Consistente na defesa, firme na ocupação de espaços e mortal nas ações ofensivas (6 chutes, cinco gols), graças à excelente participação da dupla Garcez-Diogo Oliveira, ambos ex-atletas do Coritiba.

Foi uma bonita exibição de futebol coletivo, pois as individualidades se sobressaíram em função do equilíbrio do conjunto. A zaga ajudou o meio e o ataque foi municiado pela movimentação dos laterais e volantes.

Com o triunfo, o time saiu do Z4 e estabeleceu um novo parâmetro de avaliação. Deixa para trás a imagem de saco de pancadas e passa a ser visto como um time capaz de encarar (e vencer) qualquer adversário.

Os primeiros 45 minutos foram perfeitos. O PSC sofreu o gol do Coritiba aos 25 minutos, quando era superior e já tinha mostrado que foi ao Paraná para buscar a vitória. Dois minutos depois da falta cobrada por Josué, veio o empate. Garcez roubou a bola dentro da área e disparou um chute indefensável, no canto esquerdo da trave de Morisco.

Determinado, o PSC virou o placar em apenas 3 minutos, com cabeceio espetacular de Diogo Oliveira, escorando falta batida por Reverson. Diogo estava na entrada da área. Correu para a bola, saltou e testou junto ao poste direito. Logo em seguida, um replay da jogada: Reverson cruzou e o centroavante subiu para novo cabeceio no mesmo canto.

Foram dois lances que paralisaram o Coritiba. No 2º tempo, a ameaça de reação dos donos da casa, com o pênalti cobrado por Josué aos 10 minutos, não se confirmou. O PSC, com Ronaldo Henrique e Matheus Vargas renovando o fôlego da meia-cancha, manteve o controle das ações.

O pênalti que resultou no quarto gol, em cobrança de Marlon, veio em consequência da presença ofensiva do time, que não se acomodou com a vantagem de 3 a 2. Finalmente, aos 40’, o gol plasticamente mais bonito da noite: Garcez avançou em velocidade desde o meio-campo até a área do Coxa, onde fintou um marcador e mandou para as redes.

Uma vitória categórica, sem direito a lampejos acidentais. O PSC foi sempre superior e a marcha da contagem demonstrou bem isso.

Técnico destaca coragem para buscar a vitória

Coube ao técnico Claudinei Oliveira o comentário mais sereno e lúcido após o acachapante 5 a 2. Ele destacou a importância do resultado, mas tomou o cuidado de lembrar que é apenas mais um jogo e que o time segue na luta pela recuperação plena na competição. Um gesto de humildade que contribui para que se valorize ainda mais o feito.

Claudinei assumiu o PSC no mês passado e, após seis rodadas, tem o impressionante retrospecto de quatro vitórias e dois empates. Os 14 pontos foram ganhos após um período de 11 partidas sem vitórias, quando o PSC por várias vezes esteve na lanterna do campeonato.

“Tivemos coragem para jogar, o time não se acanhou desde o primeiro minuto. Viemos pra jogar uma decisão. Respeitando o adversário, mas foi o que falei para os atletas na palestra: ‘Não temos que ser melhores que o Coritiba no primeiro turno, temos que ser hoje’”, disse Claudinei.

A vitória ganha ainda mais importância porque o PSC teve várias baixas, a começar pelo atacante Rossi, o artilheiro do time com 12 gols. Claudinei ficou sem três zagueiros – Thalison, Luan Freitas e Thiago Heleno.

Leão luta para atingir a meta de pontos no turno

As próximas rodadas oferecem ao Remo a oportunidade de consolidar presença no G4, alcançando a meta projetada desde o início da competição. Com 26 pontos, o Leão ocupa a 5ª colocação, com a mesma pontuação da Chapecoense, que está em 4º lugar. O foco é fechar bem o 1º turno da Série B, atingindo pelo menos 30 pontos.

O primeiro adversário será o Avaí, na quinta-feira, em Belém. Em seguida, vai enfrentar o líder Goiás, fora de casa. Em 7º lugar, o time catarinense está a um ponto dos azulinos. É um dos cotados para brigar pelo acesso, embora tenha sofrido uma desaceleração nas últimas rodadas.

Para o técnico Antônio Oliveira, será a chance de garantir o primeiro triunfo dentro de casa e diminuir as desconfianças do torcedor, que reagiu mal aos dois empates no Mangueirão, contra Cuiabá e Novorizontino.

Nem mesmo as explicações sobre problemas de condicionamento físico no elenco acalmam a torcida. Jogadores importantes, como Marrony, Cantillo e Régis, só podem atuar por 45 minutos. Ocorre que o novo treinador ainda não achou soluções práticas para a baixa produção de gols, que coincide com a sequência de três empates.    

O artilheiro Pedro Rocha, que reapareceu contra o Novorizontino, ainda busca voltar à melhor forma. Além do esforço para fortalecer o setor ofensivo, há a preocupação com a limitação defensiva, que é disfarçada pela performance do goleiro Marcelo Rangel, um dos destaques do campeonato, com excelente desempenho em defesas difíceis.