GERSON NOGUEIRA

Um choque de realidade

O que mais se temia em relação à Série B era a diferença de nível técnico entre os representantes paraenses e os clubes mais tradicionais.

O que mais se temia em relação à Série B era a diferença de nível técnico entre os representantes paraenses e os clubes mais tradicionais
O que mais se temia em relação à Série B era a diferença de nível técnico entre os representantes paraenses e os clubes mais tradicionais. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Belém -

O que mais se temia em relação à Série B era a diferença de nível técnico entre os representantes paraenses e os clubes mais tradicionais dentro da competição. Egresso da Série A e com estrutura de 1ª Divisão, o Atlético-PR é um dos times cotados para conquistar o acesso e a partida realizada no Mangueirão evidenciou a superioridade técnica do time.

A vitória obtida sobre o ATLÉTICO confirmou o favoritismo atribuído ao Furacão. Dirigido por Maurício Barbieri, o rubro-negro paranaense foi dominante no 1º tempo e abriu o placar com bonito gol de Zapelli, em falha da defensiva alviceleste. Quase ao final, um cochilo de marcação permitiu ao PSC empatar, através do volante Leandro Vilela.  

Na segunda etapa, o equilíbrio prevaleceu, embora o Papão tenha se entusiasmado e conseguido competir melhor. Na reta final, o Furacão voltou a tomar a dianteira no placar, com Renan Peixoto tocando para o fundo das redes após rebote de Matheus Nogueira.

O importante é observar que a derrota está dentro do esperado. O PSC teve dificuldades sérias, embora previsíveis. O Atlético se posicionou num sistema que fechava bem o meio e liberava os atacantes para explorar as pontas, com Alan Kardec centralizado.

Apesar do forte domínio inicial, o Atlético errava nas finalizações e nas tentativas de jogo aéreo com Kardec. Aos 32′, em ação rápida pela direita, Velasco cruzou na área e Bryan Borges dominou mal. A bola sobrou para o meia Zapelli, que disparou uma bomba indefensável.

A superioridade do Furacão continuou e os problemas do Papão na marcação se acentuaram. Surpreendentemente, o empate veio no primeiro chute do ataque paraense, aos 41′. Contragolpe puxado por Marlon forçou rebote da zaga e Vilela bateu de chapa para igualar o placar.

Depois do intervalo, em cobrança de falta, Rossi fez o goleiro Mycael desviar com a ponta dos dedos. Em seguida, inversão de bola do próprio Rossi deixou Jorge Benitez na cara do gol. O atacante, que substituiu Nicolas, tentou encobrir o goleiro, mas a bola saiu à esquerda da trave.

A luta no meio se tornou mais intensa, com muitos passes tortos e pouco capricho nas ações de ataque. Aos 26’, em nova falha de Bryan, o Atlético atacou pela esquerda e a bola chegou a Felipinho, que chutou forte. Matheus espalmou nos pés de Renan Peixoto, que só tocou para as redes.

Ainda havia tempo para buscar o empate, mas o PSC se perdeu na afobação e nos erros de posicionamento, facilitando o trabalho defensivo do Furacão. Vitória justa do visitante e todos os alertas ligados no Papão.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso comanda a atração, a partir das 23h, na RBATV. Participação de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em debate, as estreias de PSC e Remo no Brasileiro da Série B. A edição é de Lino Machado.

Um teste de fogo para o novo Leão

Enfrentar a Ferroviária de Araraquara, no interior paulista, é uma prova de fogo para o novo Remo formatado por Daniel Paulista. É apenas a terceira apresentação do time desde a chegada do treinador. As mudanças na maneira de atuar já foram exibidas nas partidas contra o Santa Rosa e a Tuna, pelo Parazão.

Apesar das vitórias, a performance não convenceu a torcida, que continua desconfiada. Contra um adversário que disputa a Série A2 do Paulistão, o Remo terá que se desdobrar para evitar um tropeço logo na estreia na Série B.

Daniel Paulista já deixou claro que é adepto da cautela. Portanto, a torcida não deve esperar arroubos de audácia. O Remo será, acima de tudo, pragmático. Foi assim que o time se apresentou nos dois primeiros jogos.

A volta da linha de quatro zagueiros, com um volante de proteção (Caio Vinícius), simboliza bem a proposta de Daniel: evitar riscos e fazer um jogo de contra-ataque. Nesse sentido, Janderson pode ter um papel estratégico.

Rápido e bom finalizador, ele tem sido a válvula de escape pela direita, compondo o ataque com Ytalo (ou Felipe Vizeu) e Pedro Rocha, posicionado pela esquerda. Na meia-cancha, Dodô e Jaderson dividem a tarefa de municiar o ataque. Dodô, mais lento e dispersivo, pode perder lugar para Pavani, que era titular até a saída de Rodrigo Santana.

Peripécias da CBF ainda espantam pelo exagero

Reportagem da revista Piauí expõe as libertinagens financeiras da CBF na gestão de Ednaldo Rodrigues. A principal delas é o generoso aumento de 200% concedido aos presidentes de federações estaduais, cujo “mensalinho” saltou de R$ 50 mil para R$ 215 mil nos últimos anos.

A matéria detalha os bastidores da gestão, com o registro de gastos milionários, agrados individuais a dirigentes e alguns cortes orçamentários. O aumento no dinheiro liberado para os dirigentes ajuda a explicar a unanimidade obtida por Ednaldo na recente eleição da entidade.