GERSON NOGUEIRA

Tropeço na estreia de Luizinho

Após a estreia de um novo técnico, o Paysandu não conseguiu vencer e empatou em 0 a 0 com o Manaus na Copa Verde.

Foto: Mauro Ângelo/Paysandu
Foto: Mauro Ângelo/Paysandu

Belém -

O jogo ficou no 0 a 0 e ampliou a sequência de tropeços do PSC na temporada. Foi o quarto jogo sem vitória. Nem a estreia de um novo técnico serviu de motivação para o time superar o Manaus, na partida de ida pelas quartas de final da Copa Verde, ontem à noite, na Curuzu.

Apesar da boa movimentação das equipes, principalmente na segunda etapa, o jogo teve poucos lances agudos. Os sistemas defensivos levavam a melhor sempre. O 1º tempo teve um início promissor. Pedro Delvalle finalizou com perigo, mas o goleiro Gustavo defendeu, logo a um minuto.

O Manaus reagiu e Palmares também arriscou, mas Matheus Nogueira não deu chances. A grande chance do Papão veio aos 8 minutos, quando o atacante Rossi foi lançado na área e mandou um chute no travessão, levantando o público presente no estádio.

As jogadas de ataque foram rareando e as defesas passaram a prevalecer. Tanto o PSC quanto o Manaus optaram por tentar chutes de média distância, sem inspiração para buscar ações de área.

Para a etapa final, o PSC veio com muito mais disposição. De cara, o volante Matheus Vargas finalizou de voleio, mas a intenção foi superior à execução e o chute saiu descalibrado. Nicolas teve chance de marcar, aos 25 minutos, mas o cabeceio saiu sem força.

O estreante Luizinho Lopes, que tirou Borasi da escalação inicial, resolveu pressionar com até cinco atacantes na reta final. Rossi, Marlon, Marcelinho, Nicolas e Borasi passaram a atuar em cima da última linha do Manaus, mas a ideia fracassou por falta de um articulador no meio-campo.

Aos 34’, com o PSC se lançando ao ataque na base do desespero, Borasi descolou um chute perigoso, mas Gustavo agarrou bem. Foi a melhor oportunidade do Papão na etapa final.  

Como nos jogos anteriores – Santa Rosa, Porto Velho e Bragantino –, o principal problema do time se concentrou na ausência de criatividade e no excesso de volantes marcadores. Como era uma estreia, Luizinho não pode ser responsabilizado, mas terá que agir rápido para fazer o time jogar.

O confronto de volta com o Manaus, decidindo a vaga nas semifinais da Copa Verde, será realizado em duas semanas (26 de fevereiro), na Arena da Amazônia. Antes disso, o Papão volta a jogar pelo Parazão, na próxima segunda-feira, 17, contra o Independente.

Comendador deixa legado incomparável

A coluna se une às justas homenagens ao mestre Raymundo Mário Sobral, que nos deixou na quarta-feira, aos 86 anos, depois de uma vida profissional dedicada ao humor e à irreverência. Ninguém chega aos pés dele na construção de textos sempre inspirados no mais genuíno vocabulário paraense das ruas, com esmero e talento, sem a apelação que virou moda nos dias de hoje. 

O humor perde muito com sua partida, até porque ele não deixou sucessores. Além do Jornaleco, página que publicava no DIÁRIO sempre com as últimas da “Pensão da Dona Cotinha”, Sobral fez história com o anárquico tabloide PQP (O Jornal Pra Quem Pode), filho bastardo de O Pasquim.  

Fifa analisa mudança na regra do rebote

Rebote em cobranças de pênaltis pode estar com os dias contados. Se depender do presidente da Comissão de Arbitragem da Fifa, Pierluigi Collina, esse tipo de lance pode ser extinto em breve. A proposta já está em poder da Federação Internacional de Futebol (Ifab), que regulamenta as regras do futebol. O próprio Collina, considerado um dos maiores árbitros da história do futebol, revelou a ideia em entrevista ao jornal “La Repubblica”, da Itália.

A proposta visa extinguir a legalidade do gol no rebote de cobranças de pênalti, seja por defesa do goleiro ou bola na trave, como já ocorre nas disputas alternadas de penalidades em jogos de mata-mata. Collina defende ainda que não seja marcado escanteio ou lateral para o time cobrador em caso de desvio. A não conversão do pênalti geraria um tiro de meta automático.

Ao justificar a ideia, Collina argumenta que, em média, 75% dos pênaltis são convertidos, “e muitas vezes o pênalti é uma oportunidade maior de gol do que aquela tirada pela falta”.

Collina é respeitado por ter sido um árbitro brilhante, com atitudes firmes e decisões inquestionáveis. Apitou diversos jogos históricos, incluindo a final da Copa do Mundo de 2002, entre Brasil e Alemanha, quando a Seleção canarinho conquistou o pentacampeonato.

Presidente da Comissão de Arbitragem da Fifa, onde atua para pensar em melhorar a qualidade das arbitragens e inserir o uso de tecnologias, como o VAR. O órgão, apesar de importante, não tem autoridade para mudar as regras do futebol, atribuição da Federação Internacional de Futebol.

Apesar disso, a opinião de uma personalidade como Collina tem peso e pode ajudar a influenciar as decisões do Ifab. Pessoalmente, sempre considerei uma tremenda covardia a regra do rebote, que dá ao cobrador todas as chances possíveis de fazer o gol, mesmo quando erra na tentativa inicial ou tem o chute parcialmente defendido pelo goleiro.