No Atlético-PR, onde jogou por 10 anos, Thiago Heleno era chamado de “General da Baixada”, patente conquistada com a liderança dentro e fora de campo. É bem verdade que a relação entre o zagueiro e o clube terminou em divórcio quase litigioso, mas o longo período no Furacão é até hoje uma referência na carreira do defensor.
Foram 380 jogos com a camisa rubro-negra e seis taças levantadas, com destaque para as duas conquistas da Copa Sul-Americana, em 2018 e 2021. Não participou das campanhas na Copa do Brasil 2019 e J.League/Conmebol porque estava suspenso por doping.
Jogador com currículo tão vitorioso é sempre um reforço importante. Foi com base nisso que o PSC trouxe Thiago Heleno para ser o general do elenco nesta Série B 2025, com contrato que se estende até 2026.
Quando o zagueiro de 36 anos desembarcou na Curuzu, porém, a situação do time na tabela já era complicada, ocupando a zona de rebaixamento. Thiago foi contratado para ajudar no processo de recuperação, sob o comando de Claudinei Oliveira, afinal é um jogador acostumado a superar desafios.
Apesar das mágoas pelo modo como foi dispensado pelo Atlético, clube onde pretendia encerrar a carreira, Thiago mantém o projeto de seguir jogando. A ideia era pendurar as chuteiras no Furacão e abraçar uma função fora dos gramados. Não deu certo lá, mas pode ocorrer no Papão.
Com apenas três partidas disputadas, a presença do zagueiro ainda não chamou atenção da torcida. Teve atuação discreta nas ações defensivas, mas se destacou no ataque, com o cabeceio que proporcionou um lance de perigo diante da Chapecoense.
Falta a antiga postura de comandante em campo, condição que só deve emergir quando consolidar presença como capitão. Tudo obviamente depende dos passos da equipe no campeonato. Há, porém, a convicção de que a partir de agora a zaga bicolor tem um titular absoluto, que, por coincidência, também é general.
Lado físico determina opção por Alan Rodríguez
A presença de Alan Rodriguez na partida contra o América-MG e novamente como titular diante do Botafogo-SP, em substituição ao antigo titular, Sávio, representou basicamente uma questão de confiabilidade física. O técnico Antônio Oliveira precisava apostar num atleta que consiga jogar, defendendo e atacando, por 90 minutos.
Alan está melhor condicionado e pode executar as duas funções, ao contrário de Sávio, que normalmente precisa ser substituído nas partidas por desgaste. A vantagem física que o jovem Alan apresenta só falta ser potencializada no aspecto técnico.
Em comparação com o papel de Sávio na fase mais positiva do Remo na Série B, Alan ainda tem sido pouco produtivo. Marca corretamente, apoia com constância, mas não é decisivo. Sávio foi fundamental em vários jogos, com excepcional aproveitamento nas bolas paradas.
Para que a simples troca de laterais não represente uma perda para o time, Alan terá que ser mais ousado e efetivo nos cruzamentos e cobranças de faltas. E isso tem que começar já na próxima partida do Leão, o duríssimo duelo com o líder Coritiba na capital paranaense.
Sem apelo de mídia, Rodrygo perde espaço
Nas últimas cinco partidas do Real Madrid, o atacante Rodrygo só esteve presente em três. Essa perda de espaço já havia se desenhado no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, que marcou a estreia de Xabi Alonso no comando técnico dos merengues.
Por alguma razão não esclarecida, o brasileiro tem sido claramente deixado de lado, perdendo espaço até para jovens apostas do Real. Um cenário inteiramente diverso do que acontecia nas últimas três temporadas, quando Rodrygo foi quase sempre decisivo.
Sob a batuta de Carlo Ancelotti, ele adquiriu confiança e respondeu com atuações espetaculares, tanto no certame espanhol quanto na Liga dos Campeões. Nem a chegada de Mbappé tirou espaço de Rodrygo, que pontificava na equipe mesmo preferindo jogar pela esquerda, faixa ocupada por Vinícius Júnior.
Com Alonso, tudo mudou. Pouco afeito a ações midiáticas, Rodrygo não é ídolo da torcida e não tem quem o defenda, apesar de ser um dos melhores do elenco. Resta saber agora como fica a situação na Seleção, agora com Ancelotti, pois é preciso jogar pelo clube para ser convocado no escrete.