Em um
movimento que se repete há alguns anos, ex-participantes do Big Brother Brasil
optaram por tentar uma carreira na política. Três ex-BBBs registraram suas
candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vão concorrer às eleições
para deputado federal em outubro: Ariadna Arantes, do BBB 11, Adrilles Jorge,
do BBB 15 disputam em São Paulo, e Elis Nair, do BBB 17, no Distrito Federal.
Dos 349
participantes em 22 edições, 27 já tentaram a carreira política em pleitos
anteriores e apenas um teve êxito: o campeão da quinta edição, o baiano Jean
Wyllys. Ele foi eleito para três mandatos como deputado federal (2010, 2014 e
2018), mas renunciou ao cargo em 2019, após ameaças de morte.
Hoje, Jean
faz doutorado sobre “a articulação das fake news com discursos de ódio e
os impactos desses discursos nos processos eleitorais e modo de vida das
minorias” e mora em Barcelona.
Há histórias
curiosas sobre os ex-participantes do programa em sua versão candidatos. Cida
Santos, campeã da quarta edição, ressurgiu dez anos depois em busca de uma vaga
na Câmara. Na propaganda eleitoral do Rio de Janeiro, ela fazia uma pergunta,
que era quase como um bordão: “Lembram de mim?”. Parece que não. Cida
teve apenas 167 votos.
Entre os
novos candidatos, Ariadna Arantes foi a mais marcante do trio. Hoje amiga de
Anitta, a maquiadora entrou para a história como a primeira participante trans
do reality, em 2011.
Ela só
revelou seu gênero aos outros participantes quando saiu da casa, logo no
primeiro paredão. Já os espectadores sabiam que a sister era uma mulher trans,
e Ariadna sempre apontou que sua saída teria sido motivada por transfobia.
Adrilles
Jorge é bolsonarista e esteve no meio da polêmica envolvendo o apresentador de
podcast Monark, que em fevereiro deste ano defendeu a existência de um partido
nazista no Brasil. O ex-BBB chegou a ser demitido da Jovem Pan na ocasião, após
fazer um gesto com a mão direita, saudação que remete ao nazismo, ao comentar a
declaração de Monark.
Adrilles
teve uma participação polêmica no reality. Brigou com Luan, um participante
negro, a quem chamou de “bandidinho”, e viveu uma relação de amor e o
ódio com professora de artes pernambucana Mariza. Ele saiu no décimo paredão,
quando enfrentou o campeão do BBB naquele ano, Cézar Lima.
Para que
ninguém esquecesse de onde ela veio, Elis Nair assumiu o nome “Elis
BBB” para as eleições no Distrito Federal. Na 17ª edição, a então
comerciante acabou sendo a quinta eliminada do reality show, com 80,32% dos
votos. A alta rejeição foi motivada em grande parte por causa das fofocas e
intrigas de Elis, que até ganhou a alcunha de “agente do caos”.