O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) apresentou a Iandê – Inteligência Artificial Gratuita e Integrada ao PJe para Minutas, durante o I Encontro Nacional de Tribunais Usuários de PJe sobre Inteligência Artificial (IA), realizado na quinta-feira, 21, em Brasília (DF). A iniciativa foi apresentada pelo analista judiciário da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic), Rodrigo Santos do Amor Divino Lima, como exemplo de boa prática na aplicação de soluções inovadoras para o Judiciário.
Desenvolvida para ser simples e acessível, a Iandê funciona em infraestrutura própria do TJPA, sem custos adicionais e com garantia de segurança, já que todo o tratamento de dados ocorre internamente. A ferramenta é capaz de buscar, de forma autônoma, informações necessárias à elaboração de minutas e documentos processuais, apoiando magistrados(as) e servidores(as) e ampliando a eficiência da prestação jurisdicional. Segundo Rodrigo Lima, a proposta é democratizar o acesso à tecnologia, permitindo sua utilização mesmo por quem não possui conhecimentos avançados. “A ideia foi criar uma solução que fosse prática, confiável e útil, preservando a autonomia e a segurança do Judiciário paraense”, destacou.
Sob a gestão do biênio 2025-2027, presidida pelo desembargador Roberto Gonçalves de Moura, o TJPA reafirma seu protagonismo na adoção de ferramentas inovadoras, com apoio da Comissão de Informática, sob a presidência do desembargador Alex Pinheiro Centeno. Desenvolvida por servidores da Setic, sob a coordenação do secretário Diego Leitão, a Iandê já está disponível para os gabinetes de desembargadores(as) na elaboração de minutas de relatórios e, em breve, contemplará também minutas de votos e ementas.
A ferramenta passou por fase piloto, antes da implantação, a fim de avaliar a precisão e a adequação funcional das minutas geradas. O projeto seguiu integralmente a Resolução CNJ nº 615/2025, que estabelece diretrizes para governança e responsabilidade no desenvolvimento de soluções de IA no Judiciário. Outro diferencial da iniciativa é a adoção de tecnologias modernas e seguras, reconhecidas no meio acadêmico e na indústria, como a vLLM, desenvolvida pela Universidade da Califórnia em Berkeley, e os modelos da família Qwen, da Alibaba.
Encontro Nacional
Promovido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o encontro reuniu representantes de 16 tribunais brasileiros, magistrados(as), servidores(as) e especialistas em tecnologia, com o objetivo de debater o uso da inteligência artificial no Judiciário.
Na abertura, o presidente do TJDFT, desembargador Waldir Leôncio Júnior, ressaltou que a IA já se tornou uma aliada estratégica da Justiça, destacando os princípios da ética, confiança e compromisso com o cidadão. A desembargadora Gislene Pinheiro, diretora-geral da Escola de Formação Judiciária do TJDFT, reforçou a necessidade de o Judiciário acompanhar as transformações tecnológicas de forma segura e eficiente.
A programação contou ainda com palestras de autoridades como o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Samuel Meira Brasil Júnior, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Distrito Federal, Paulo Mauricio Braz Siqueira, além da apresentação de experiências de outros tribunais na área de transformação digital e automação inteligente.