Por que o iPhone não custará R$ 2.400 na Argentina?

Recentemente, circulou nas redes sociais a informação de que o preço do iPhone na Argentina cairia para R$ 2.317 após o presidente Javier Milei implementar cortes de impostos sobre eletroeletrônicos. Contudo, essa informação é falsa. A realidade é bem diferente, e uma análise detalhada revela que os preços dos smartphones da Apple permanecem elevados no país vizinho.

O surgimento da fake news

No dia 5 de julho, uma postagem no X, anteriormente conhecido como Twitter, obteve mais de 961,4 mil visualizações. A imagem mostrava Javier Milei segurando um celular enquanto um balão de fala dizia: “Argentina remove impostos de eletrônicos e iPhone custa agora só R$ 2.371”. Além disso, o texto da publicação incluía a frase: “Los Hermanos 976 anos na nossa frente”, insinuando uma comparação com a carga tributária brasileira.

Verificação dos preços reais do iPhone na Argentina

Apesar da intenção do governo Milei de reduzir os impostos, uma pesquisa realizada por revendedores oficiais da Apple na Argentina, como Maximstore, MacStation e iPoint, mostrou que o iPhone 16 Pro, o modelo mais recente, varia entre R$ 8.700 e R$ 11.000. Esses valores não incluem a alíquota de 9,5% de impostos internos, o que significa que o preço final pode ser ainda maior para o consumidor local.

O impacto das novas medidas fiscais

Em maio de 2025, o governo de Milei emitiu um decreto que reduz o imposto de importação de eletroeletrônicos, incluindo celulares. Essa redução ocorrerá em duas etapas: a primeira diminui a alíquota de 16% para 8%, enquanto a segunda, a partir de 15 de janeiro de 2026, zerará completamente esse imposto. O mesmo decreto também estabelece uma nova alíquota de 9,5% para impostos internos sobre esses produtos. No entanto, mesmo considerando essas mudanças, o presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira, Frederico Servideo, confirmou que os preços dos iPhones na Argentina ainda não alcançariam a faixa de R$ 2.400.

Expectativas para o futuro

Com a implementação do regime tributário de 0% em 2026, Servideo ressalta que ainda assim seria irrealista esperar que um iPhone custasse menos de R$ 8.000. A análise de preços também abrange modelos anteriores, como o iPhone 13, que não pode ser encontrado por menos de R$ 5.000, o que reforça a discrepância nas expectativas de preços.

A realidade do mercado de celulares na Argentina

No dia do anúncio do decreto, o porta-voz presidencial, Manuel, comentou que as medidas de desoneração visam reduzir em até 30% o custo de celulares e outros eletroeletrônicos. Antes da implementação dessas medidas, um iPhone na Argentina poderia custar até o dobro do preço praticado no Brasil e nos Estados Unidos. Ele destacou que a situação chegou a ser tão absurda que muitos argentinos viajavam para comprar celulares no exterior, mesmo levando em conta os custos de passagens e hospedagem.

Comparação com preços no Brasil

Em comparação, as pesquisas realizadas nas lojas oficiais da Apple e em revendedores autorizados no Brasil, como FastShop e iPlace, revelaram que o menor preço para o iPhone 16 Pro Max é de R$ 7.900. Além disso, o iPhone 13 pode ser encontrado por cerca de R$ 3.600. Esses valores demonstram que, mesmo com as recentes medidas fiscais na Argentina, os preços dos dispositivos da Apple continuam a ser significativamente mais altos do que no mercado brasileiro.

Conclusão

Portanto, a afirmação de que o preço do iPhone na Argentina cairia para menos de R$ 2.400 é claramente falsa. A realidade do mercado argentino, mesmo com cortes de impostos, ainda apresenta preços muito elevados para os dispositivos da Apple. Assim, consumidores e interessados devem se atentar a informações precisas e verificáveis ao discutir questões relacionadas a preços de eletrônicos na Argentina.
Fonte: G1