Elon Musk, o bilionário empreendedor, processou a Apple e a OpenAI, fabricante do ChatGPT, em um tribunal federal no Texas na segunda-feira, 25 de agosto de 2025. A startup de inteligência artificial xAI, fundada por Musk, acusa as duas empresas de conspirar ilegalmente para bloquear a concorrência no setor de inteligência artificial. O processo afirma que a Apple e a OpenAI “bloquearam mercados para manter seus monopólios e impedir que inovadores como a xAI concorram”.
A ação judicial destaca que a Apple, em colaboração com a OpenAI, integrou o ChatGPT em seu sistema operacional, utilizado em iPhones, iPads e Macs. O processo argumenta que, se não fosse pelo acordo exclusivo com a OpenAI, a Apple não teria motivos para não destacar os aplicativos X e Grok em sua App Store. A xAI busca bilhões de dólares em indenizações, alegando que essa prática prejudica sua capacidade de competir no mercado.
Contexto do litígio
A OpenAI respondeu ao processo, afirmando que “este último processo é consistente com o padrão contínuo de assédio do Sr. Musk”. Por outro lado, a Apple não se manifestou imediatamente após o pedido de comentário feito pela Reuters. Musk já havia ameaçado processar a Apple anteriormente, afirmando em uma publicação no X que a empresa “torna impossível para qualquer empresa de IA além da OpenAI alcançar o primeiro lugar na App Store”.
O ChatGPT, lançado no final de 2022, rapidamente se tornou o aplicativo de consumo com o crescimento mais acelerado da história. A xAI, que Musk lançou há menos de dois anos, adquiriu o X por US$ 33 bilhões em março de 2025, com a intenção de aprimorar seus recursos de treinamento de chatbots. Além disso, Musk integrou o chatbot Grok em veículos fabricados pela Tesla, sua empresa de automóveis elétricos.
Implicações do processo
Especialistas jurídicos antitruste, que não estão envolvidos no caso, afirmam que a posição dominante da Apple no mercado de smartphones pode reforçar as alegações da xAI de que a empresa está vinculando ilegalmente suas vendas de iPhones ao ChatGPT da OpenAI. Entretanto, esses especialistas também observam que a Apple pode argumentar que a parceria com a OpenAI representa uma decisão de negócios em um ambiente competitivo, sem obrigação de ajudar seus rivais a ganhar participação de mercado.
Além disso, a Apple pode alegar que existem razões de segurança ou operacionais para integrar a inteligência artificial em seu sistema operacional, conforme explicou Herbert Hovenkamp, professor da Faculdade de Direito da Universidade da Pensilvânia. Assim, o processo pode oferecer aos tribunais dos Estados Unidos a primeira oportunidade de avaliar se existe um mercado definido para inteligência artificial e quais são suas características, uma questão crucial em litígios antitruste.
Desafios legais e o futuro da ia
Christine Bartholomew, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Buffalo, destacou que este caso representa um sinal de alerta sobre como os tribunais tratarão a inteligência artificial e as questões antitruste relacionadas. As práticas da Apple na App Store já enfrentaram escrutínio em vários processos judiciais. Por exemplo, um juiz ordenou que a Apple permitisse maior concorrência nas opções de pagamento de aplicativos em um caso em andamento com a Epic Games, fabricante do videogame Fortnite.
Além disso, Musk também processa a OpenAI e seu CEO, Sam Altman, em um tribunal federal na Califórnia, buscando impedir a conversão da OpenAI de uma organização sem fins lucrativos para uma empresa com fins lucrativos. Musk cofundou a OpenAI com Altman em 2015, inicialmente como uma organização sem fins lucrativos, e agora questiona essa mudança de estrutura.
O impacto no mercado de ia
O desfecho desse processo pode ter um impacto significativo no mercado de inteligência artificial. Se a xAI conseguir provar suas alegações, isso poderá abrir precedentes para outras startups que enfrentam desafios semelhantes em um ambiente dominado por grandes empresas. Por outro lado, se a Apple e a OpenAI se saírem vitoriosas, isso poderá reforçar a posição dessas empresas no mercado e dificultar a entrada de novos concorrentes.
Além disso, a discussão sobre a definição de um mercado de inteligência artificial pode influenciar futuras regulamentações e políticas públicas. Portanto, o resultado deste litígio não apenas afetará as partes envolvidas, mas também poderá moldar o futuro da inovação tecnológica e da concorrência no setor de IA.