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SpaceX tenta lançar Starship nesta sexta (17)

SpaceX tenta lançar Starship nesta sexta (17) SpaceX tenta lançar Starship nesta sexta (17) SpaceX tenta lançar Starship nesta sexta (17) SpaceX tenta lançar Starship nesta sexta (17)
O lançamento está marcado para as 10h (de Brasília) desta sexta-feira (17) na base de Boca Chica, no Texas.
O lançamento está marcado para as 10h (de Brasília) desta sexta-feira (17) na base de Boca Chica, no Texas.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quase sete meses após o primeiro voo integrado do Starship, o foguete mais poderoso já feito, a SpaceX, empresa de Elon Musk, recebeu autorização da Agência Federal de Aviação americana (FAA, em inglês) para realizar um segundo voo teste. O lançamento está marcado para as 10h (de Brasília) desta sexta-feira (17) na base de Boca Chica, no Texas.

A partir desse horário, a SpaceX terá uma janela de duas horas para realizar o lançamento da espaçonave, que poderá ser utilizada em missões rumo à Lua e a Marte. Caso ocorra algum imprevisto, o voo teste pode ser adiado.

Em um comunicado, a FAA afirmou que a empresa de Musk “atendeu aos requisitos de responsabilidade em termos de segurança, meio ambiente, regulamentação e finanças” depois do incidente no primeiro teste orbital.

Em 20 de abril deste ano, o foguete decolou pela primeira vez em sua configuração completa da base de Boca Chica. Mas vários motores não funcionaram e as duas partes (Starship e o propulsor) não se separaram, o que deveria ter ocorrido três minutos após o lançamento.

O foguete girou algumas vezes no ar, descontrolado. As equipes da SpaceX, então, deliberadamente o fizeram explodir passados quatro minutos de voo a uma altura de 40,23 km. Os engenheiros da empresa costumam chamar essa detonação pela sigla RUD, ou “rapid unscheduled disassembly” (desmontagem rápida não programada).

O único objetivo declarado do voo era deixar a plataforma de lançamento de forma segura, o que ocorreu. Por isso, a SpaceX fez uma análise positiva da missão.

“O sucesso vem do que aprendemos, e o teste de hoje irá nos ajudar a melhorar a confiabilidade do Starship conforme a SpaceX busca tornar a vida multiplanetária. Parabéns a toda a equipe num empolgante primeiro voo-teste integrado do Starship!”, escreveu a empresa na plataforma X, antigo Twitter, com o discurso alinhado à ambiciona missão de colonizar Marte num futuro não tão distante.

Encerrado o teste, a FAA conduziu uma investigação técnica e recomendou que a SpaceX implementasse 63 medidas corretivas antes de uma nova tentativa de lançamento.
Em setembro, a agência se manifestou e atribuiu a explosão do Starship a “múltiplas causas”. O documento resumiu algumas das ações corretivas como mudanças de hardware para evitar vazamentos e incêndios e reforço da plataforma de lançamento do foguete para evitar uma tempestade de detritos e areia. No primeiro lançamento, toda a plataforma foi desintegrada.

Além disso, um sistema de “dilúvio” de água com borrifadores que são liberados ao ligar os motores foi instalado e testado para atenuar as ondas acústicas e limitar vibrações contraproducentes.

O Starship consiste em uma cápsula reutilizável de aproximadamente 50 metros de altura, para transporte de equipe e carga, localizada sobre o propulsor em primeiro estágio Super Heavy, com cerca de 70 metros e 33 motores, o maior número já utilizado.

O veículo gera 7.600 toneladas de impulso no lançamento, mais do que o dobro da potência dos foguetes Saturn 5 que levaram a missão Apollo à Lua.
A verdadeira inovação do Starship Super Heavy é ser completamente reutilizável, e as duas etapas são projetadas para retornar e pousar em sua plataforma de lançamento, o que permite reduzir os custos.

A Nasa é uma das maiores interessadas no sucesso do lançamento, uma vez que já escalou o Starship para levar astronautas à Lua na missão Artemis 3 (atualmente marcada para o fim de 2025). Se confirmado, será o primeiro retorno de seres humanos à superfície lunar desde o fim do programa Apollo, em 1972.