No início de fevereiro deste ano, o Paysandu quebrou um jejum de sete anos e voltou a conquistar o Campeonato Paraense Sub-20. O título veio após uma emocionante final contra o Águia, em Marabá, decidida nos pênaltis. A conquista foi justa e comemorada por jogadores, familiares e pelo departamento de futebol amador do clube. Mas parou por aí.
O que poderia ter servido como um trampolim para promover jovens talentos à equipe profissional, acabou gerando um efeito contrário. O clube desperdiçou a chance de aproveitar as promessas da base, deixando de colocá-las na vitrine, tanto para ganho técnico quanto financeiro.
Pior que isso: ignorou a “fábrica” de talentos, desprezando uma possível solução caseira para a maratona de competições que já estavam no horizonte. Preferiu sair contratando jogadores a esmo, sem critério claro, apenas para atender às demandas do comando técnico e diretivo.
Esquecidos até no sufoco
Após mais uma partida sem vitória na Série B, no último domingo, o técnico Luizinho Lopes fez uma crítica pertinente: o elenco está enxuto e desgastado pela sequência de jogos decisivos. Em um momento em que o clube disputa apenas duas frentes (Copa do Brasil e Série B), os garotos da base poderiam, sim, colaborar. Não que chegassem com status de salvadores da pátria, mas é bastante provável que alguém dali rendesse mais do que um Eliel ou um Giovanni — com a vantagem de carregar vínculo com o clube e, quem sabe, mais comprometimento com a camisa. Todos sairiam ganhando.
E se a torcida demonstrasse impaciência? Azar. Caberia à diretoria bancar a molecada. É difícil entender como clubes grandes e ricos, como Palmeiras e Flamengo, vez ou outra revelam e aproveitam jovens formados nas divisões de base. E o Paysandu, com orçamento muito mais modesto, é incapaz de enxergar a solução que está logo ali — dentro do próprio clube. Isso não é apenas desperdício: é capricho ou incompetência.
Voltamos a qualquer momento…