Elza Soares
renasceu nesta tarde de garoa do último dia do Rock in Rio, no palco Sunset.
Consagrada como a voz do milênio em 1999, a cantora foi homenageada num tributo
emocionante, conduzido por Majur, Agnes Nunes, Caio Prado, Mart’nália, Gaby
Amarantos e Larissa Luz.
“Elza
Soares foi até o fim do mundo para começar tudo outra vez”, disse Luz, que
encarnou a cantora num musical de 2018. “Seu canto é uma peça de acalento
que não nos deixa sucumbir e nos diz o tempo inteiro ‘não ouse desistir’. Agora
só nos resta agradecer.”
“Power!
Elza Vive, um Show em Homenagem a Elza Soares” teve um público pequeno –
possivelmente devido ao clima nublado -, mas empolgado. Músicas como “A
Carne”, “Volta Por Cima”, “Comportamento Geral”,
“Malandro” e “Maria da Vila Matilde” estiveram na setlist.
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima ? @GabyAmarantos #HomenagemElzaNoMultishow #RockinRioNoMultishow pic.twitter.com/Lfbdi8txJG
— Multishow ? (@multishow) September 11, 2022
Gaby
Amarantos usava um vestido estampado com o rosto de Elza e carregava sobre os
ombros camadas de tule preto bufante. Num momento descontraído, a cantora deu
um selinho em Mart’nália, que levou samba ao palco.
Em “Se
Acaso Você Chegou”, a filha de Martinho da Vila fez ainda passes de
capoeira, celebrando a cultura afro-brasileira, ao som afiado de cuícas,
tambores e pandeiros.
Como uma
passista de escola de samba, Majur foi ovacionada pelo público quando sambou em
“Salve a Mocidade”. Em vários momentos, ela entoou o coro “Elza
vive.”
Nunes levou
à apresentação um tom de delicadeza, endossado pelos vocais agudos, e pôs o
público para dançar, enquanto Caio Prado brincou com estereótipos de gênero e
fez sutil aceno à polarização política do país. Sua roupa se dividia ao meio
-uma parte era um vestido vermelho e a outra um uniforme da seleção brasileira
de futebol.
Com Larissa Luz, Gaby Amarantos, Mart’nália, Agnes Nunes, Majur e Caio Prado a #HomenagemElzaNoMultishow Tá só começando ?? #RockinRioNoMultishow pic.twitter.com/bcmw1JhiOh
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“O
Brasil merece dias melhores sem fome, com saúde e educação”, disse o
cantor, que também celebrou “as baixas pretas, trans, lésbicas e toda
diversidade” e cantou sua “Não Recomendado”.
“Elza
Soares representava a inclusão. Quero cantar a resistência do samba, e com amor
para que nossa rainha possa ouvir. Vamos emanar esperança para um país feliz de
novo”, afirmou Prado.
Nessa mesma
linha política, Luz pediu para que o público cuide das pessoas pretas
brasileiras. O tributo ainda lembrou que o rock n’ roll é um gênero de origens
negras.
Com Larissa Luz, Gaby Amarantos, Mart’nália, Agnes Nunes, Majur e Caio Prado a #HomenagemElzaNoMultishow Tá só começando ?? #RockinRioNoMultishow pic.twitter.com/bcmw1JhiOh
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Durante o
show todo, fotos da homenageada invadiam o telão. No início da apresentação, um
vídeo da cantora falando sobre feminismo também foi exibido.
Em um dos
momentos mais emocionantes, ao som de “Banho”, Luz pediu para que o
público erguesse as mãos para vibrar em comemoração ao legado da intérprete. O
show encerrou ao som do hit “A Mulher do Fim do Mundo”, fazendo a
plateia toda gritar o pedido de Elza para que a deixassem cantar até o fim.
ELZA VIVE! pic.twitter.com/N8Ou8njUOc
— Gaby Amarantos (@GabyAmarantos) September 11, 2022