
Belém -
O Remo anunciou ontem cinco contratações, que podem ser desdobradas para seis até esta sexta-feira (11), data-limite da janela aberta neste início de abril. Reforços são necessários para uma competição de grande porte como a Série B, mas é fundamental que sejam equacionados e estejam dentro de um planejamento coerente de formação de elenco.
Na nova ida às compras, o Leão trouxe um zagueiro de bom nível, Camutanga, e um meia-armador, Régis, que pode suprir uma carência antiga. Ao mesmo tempo, contratou Luan Martins, que vem se juntar a quatro outros volantes – Pavani, Dener, Caio Vinícius e Daniel.
Foi contratado também o lateral-direito Pedro Costa (ex-Avaí). Para o setor, o Remo já tem três atletas: Kadu, Marcelinho e Thalys. Para o ataque, o clube contratou PH, uma das revelações do Campeonato Paraense.
As muitas dúvidas surgidas após o anúncio desses cinco nomes ficam por conta do excesso de atletas contratados até o momento. Como normalmente os elencos são estruturados com dois ou no máximo três atletas por posição, o Remo já ultrapassou esse limite.
Além dos gastos com tantas contratações, há o questionamento quanto à qualidade dos atletas que não tiveram bom rendimento em seus clubes de origem. Camutanga é bom zagueiro, com passagens destacadas por vários clubes, mas não vive seu melhor momento.
Régis (32 anos) foi colocado em disponibilidade pelo Goiás, depois de participar de 10 partidas pelo Campeonato Goiano e uma pela Copa Verde. Já o lateral Pedro Costa (31) atuou apenas uma vez pelo Avaí.
A situação de Luan Martins (25), com 17 jogos na temporada, é diferente. Depois de boa passagem pelo Primavera (SP), foi indicado ao Remo e é um dos poucos que chega em alta. O mesmo pode-se dizer de PH, cuja trajetória no Santa Rosa despertou a atenção dos grandes de Belém. É uma aposta, mas com potencial de se tornar uma boa aquisição.
É natural que a contratação de um novo técnico provoque a busca por jogadores de sua preferência. O Remo trocou Rodrigo Santana por Daniel Paulista, que certamente indicou nomes. O problema está no excesso. Inchar elenco é o primeiro passo para comprometer uma campanha.
Ataque é a maior preocupação no Papão
Para enfrentar amanhã o Vila Nova, em Goiânia, o PSC terá o desafio de remontar sua configuração ofensiva titular. Não terá Rossi e Nicolas, justamente os principais goleadores do time na temporada. Rossi fez oito gols e deu cinco assistências. Nicolas marcou nove vezes.
Mesmo com ambos em campo, o setor de ataque ficou devendo na primeira partida da decisão da Copa Verde contra o Goiás, desperdiçando três grandes chances de gol, duas delas pelos pés de Nicolas.
A insatisfação do torcedor se manifestou no momento da substituição do camisa 11. Vaiado pela atuação, Nicolas foi elogiado pelo técnico Luizinho Lopes, que lembrou a condição de artilheiro e ídolo do jogador. Ele sabe que o veredito do torcedor é sempre cruel quando um atleta está em baixa.
Amanhã, o Papão tentará pontuar pela primeira vez na Série B. Até mesmo o empate é considerado positivo, mas, para isso, o ataque precisa funcionar. Rossi tem sido a única esperança, mas se desgasta pelo esforço que é obrigado a fazer para abrir espaços e criar jogadas.
Sem sua dupla de goleadores, Luizinho Lopes deve colocar Marlon na direita, Benítez centralizado e utilizar Delvalle ou Borasi na esquerda.
A contratação de Eliel (22 anos), ex-Cuiabá, anunciada ontem, é uma tentativa de dar ao setor ofensivo mais consistência e qualidade.
Zebra portenha desfaz oba-oba em torno de Filipe Luís
Apontado por alguns apressadinhos como o novo Rinus Michels, genial comandante da célebre Holanda de 1974 e inventor do conceito de futebol total, o iniciante Filipe Luís estreou no comando técnico do Flamengo cercado de grande expectativa. Correspondeu plenamente com duas conquistas (Supercopa Rei e Campeonato Carioca) e uma impressionante sequência de 27 vitórias.
Quis o destino, porém, que o Flamengo fosse desbancado pelo surpreendente Central Córdoba por 2 a 1, em pleno Maracanã, contrariando as previsões e o oba-oba da mídia que aplaude qualquer possibilidade de vitória rubro-negra. O tropeço faz o técnico cair na real para as agruras da Copa Libertadores, onde não há jogo ganho de véspera.
A derrota frustrou os torcedores, mas pode ser até positiva para Filipe Luís. A partir de agora, ele encara a rotina dos técnicos comuns, sujeitos à gangorra normal do futebol. Pode servir também para diminuir a bajulação e até a forçada campanha para conduzi-lo à Seleção Brasileira.