GERSON NOGUEIRA

Remo crava uma nova aposta

A rigor, nada muito diferente do que aconteceu por ocasião do anúncio de Santana, durante a Série C do ano passado.

A rigor, nada muito diferente do que aconteceu por ocasião do anúncio de Santana, durante a Série C do ano passado.
A rigor, nada muito diferente do que aconteceu por ocasião do anúncio de Santana, durante a Série C do ano passado.Foto: Divulgação/CRB

A contratação de Daniel Paulista para substituir Rodrigo Santana trouxe uma sensação de seis-por-meia-dúzia para grande parte da torcida azulina, que esperava um nome de mais impacto e prestígio. A rigor, nada muito diferente do que aconteceu por ocasião do anúncio de Santana, durante a Série C do ano passado.

O movimento é parecido. O Remo buscou no mercado um profissional cujo salário se encaixe no orçamento. Acertou com Daniel Paulista porque não há dinheiro suficiente para contratar um técnico mais experiente e cascudo, como Vágner Mancini, Lisca ou Claudio Tencati (que optou pelo Atlético-GO).

Como também não há ousadia para observar a vida por cima do muro e trazer um técnico português ou argentino, inovação que talvez fizesse bem ao atual momento do futebol paraense.

O fato é que a opção por Daniel Paulista tem mais semelhanças do que diferenças em relação à escolha de Rodrigo Santana. Talvez por isso a reação discreta ao anúncio do novo técnico. O torcedor esperava um nome pronto, respaldado por conquistas e experiências.

Como Rodrigo, Daniel está há 10 anos trabalhando como técnico e tem um currículo modesto. Viveu seus melhores momentos no Sport, CRB e Confiança, todos nordestinos. Conseguiu acesso pelo Confiança e um título pelo CRB. Treinou também o Guarani de Campinas, mas com passagem pouco relevante.

O novo comandante tem pela frente desafios complicados. Precisa dar forma a um time que treina há três meses, mas não tem uma escalação definida. Terá que ganhar a confiança do torcedor, desconfiado ao extremo e carregando mais dúvidas que certezas. Esse processo exigirá acertos imediatos, principalmente se o Parazão reiniciar logo.

Um outro aspecto vai exigir habilidade por parte de Daniel. O elenco azulino é recheado de atletas experientes, acostumados a controlar o vestiário e a impor vontades. Rodrigo Santana enfrentou nas últimas semanas resistências ao colocar alguns jogadores na reserva.

Ytalo deixou o gramado do Mangueirão irritado com uma substituição diante da Tuna. Fez questão de demonstrar publicamente sua insatisfação. Outros jogadores também manifestaram contrariedade, principalmente com a indefinição nas escolhas.

Por isso, o primeiro passo é botar as cartas na mesa e escalar a equipe considerada titular. João Saldanha é até hoje o melhor exemplo sobre como lidar com cobras criadas. Ao assumir o escrete canarinho em 1968, escalou o time titular logo na primeira entrevista coletiva. E fim de papo.

Daniel traz de volta Eudes Pedro como auxiliar técnico

Com Daniel Paulista, vem o auxiliar Eudes Pedro, que treinou o Remo em 2019, num período extremamente conturbado da vida azulina. Eudes obteve resultados pífios, não deixou saudades e saiu com a imagem arranhada em sua primeira experiência como técnico.  

Acompanhando Daniel, o ex-treinador tem feito seguidos trabalhos e parece ter se encontrado numa função mais recuada. Pode contribuir com o trabalho pela experiência vivida em Belém, principalmente por conhecer os humores da exigente torcida remista.

Acaba em vexame o sonho tunante na Copa do Brasil

O CSA foi absoluto e arrasador no 1º tempo, conseguindo abrir caminho para uma goleada de 5 a 0 sobre a Tuna, ontem à noite, no estádio Rei Pelé, em Maceió. Enquanto o time alagoano avançou à 3ª fase da Copa do Brasil, a Águia Guerreira ficou pelo caminho. E podia ter sofrido um massacre. O goleiro Lucão evitou o pior.

Foram necessários apenas 23 minutos para o CSA definir o jogo. Logo aos 2 minutos, o atacante Guilherme Cachoeira entrou livre e disparou para fazer 1 a 0. Aos 6’, Jayme deu uma arrancada em direção ao gol, mas parou no goleiro Georgemy.

O segundo gol do CSA não tardou a acontecer. Aos 16’, Klenisson ajeitou com tranquilidade e disparou um chute sem defesa para Lucão. Estava muito fácil para os donos da casa. Desarvorada, a zaga da Tuna falhava seguidamente, oferecendo chances ao ataque alviceleste.

Foi assim que o CSA chegou ao terceiro gol, após Guilherme Cachoeira driblar um marcador e colocar Tiago Marques livre para finalizar, aos 19’. O primeiro tempo fechou com outro gol de Tiago Marques, aos 23’, após nova assistência precisa de Cachoeira.

Veio a segunda etapa e o panorama não se alterou. A Tuna seguiu atrapalhada, com poucas jogadas de ataque e muita insegurança defensiva. O CSA até diminuiu o ritmo, cozinhando o jogo no meio-campo e exagerando nas firulas.

Ainda assim, aos 15 minutos, chegou ao quinto gol. Tiago Marques fez uma boa jogada pelo lado esquerdo, investiu em direção à área, driblou Lucão e deu o passe para Brayann tocar para as redes.

Depois disso, o CSA se dedicou a administrar o resultado, fazendo substituições para poupar titulares. Nos 15 minutos finais, a Tuna melhorou e tentou impor pressão e até criou algumas chances, embora sem objetividade na definição. Fim do sonho luso na Copa do Brasil.