O Remo cumpre uma sequência inédita de vitórias na Série B. Vence cinco vezes e pavimentou a busca pelo acesso.
Foto: Wagner Almeida

O Remo cumpre uma sequência inédita de vitórias na Série B. Vence cinco vezes e pavimentou a busca pelo acesso. O que era improvável quando caiu de rendimento no começo do returno agora é possibilidade concreta. Ao derrotar o Athletic, no sábado à noite, voltou ao G4 e consolidou um momento particularmente feliz na história recente do clube. Precisa agora de nove pontos em cinco jogos.

A fase atual, iniciada com a contratação do técnico Guto Ferreira, fez o time cair nos braços da torcida outra vez. Dona de uma segunda colocação no ranking público da Série B, a massa azulina estava descontente com a perda de volúpia e ambição, que marcou a era Antônio Oliveira.

Na noite de sábado, no estádio Banpará Baenão, o Remo mostrou-se um visitante aplicado e seguro de sua própria força. Sobreviveu bem ao susto inicial do lance em que o atacante Ronaldo, do Athletic, foi deixado livre na área e quase abriu o placar, logo aos 6 minutos.

Com a vibração da multidão de torcedores, o Remo se encheu de brios e foi à frente. Criou situações de perigo, repetindo a troca de passes em velocidade, uma das virtudes que o técnico Guto Ferreira fez o time recuperar. Tudo isso a partir de um trio de meio-campo que alia rapidez e criatividade tanto em ações defensivas quanto na projeção ofensiva.

Panagiotis ganhou a titularidade porque se destaca como o melhor passador do elenco. Foi dele o lançamento perfeito para Pedro Rocha invadir a área e marcar 1 a 0 para o Remo. Caio Vinícius e Pedro Castro se desdobravam para vigiar a movimentação da dupla David Braga e Ronaldo.

Ainda no 1º tempo, a vitória começou a se confirmar. Em cobrança de falta pelo lado esquerdo do ataque, Diego Hernández surpreendeu o goleiro Adriel mandando um foguete em direção ao gol. Terceiro gol do ponta (sim, ele é ponta) uruguaio sob o comando de Guto Ferreira. A festa tomou conta do Baenão, com o vislumbre da chegada do Leão ao G4.

Veio a segunda etapa e um panorama se repetiu nos primeiros 20 minutos. Já havia sido assim diante do Athlético-PR e do PSC. O Remo arriou as linhas, cedeu campo ao adversário e ficou sujeito a riscos na área. O Athletic melhorou, colocando Ezequiel no meio e avançando David Braga.

Logo em seguida, aproveitando a queda de rendimento físico de Panagiotis, o Athletic chegou ao gol, após passe de Ezequiel para David Braga marcar.

O que era festa virou tensão no Baenão, mas por pouco tempo. A reação foi contundente: Diego Hernández driblou dois marcadores e deu o passe para Pedro Rocha chutar no ângulo, sem chances para o goleiro.

Rocha quebrou o jejum e ampliou a vantagem na artilharia, agora com 14 gols. Foi escalado de forma mais centralizada, como se cobrava desde os tempos de Felipe Vizeu e Adailton no time. É básico: goleadores têm que jogar mais perto do gol. E técnicos devem ser receptivos a mudanças de planos, sem medo de experimentar. Guto acertou, de novo.

Perda importante na reta final do campeonato

O Remo sofreu uma baixa importante no jogo com o Athletic. Marcelo Rangel, ídolo da torcida, sofreu lesão grave no joelho e está fora da reta final do campeonato. Não é uma perda qualquer. O setor defensivo sofre com a saída de cena do melhor goleiro da Série B.  

Marcelo Rangel é um paredão no gol azulino. Destacou-se desde a Série C de 2024. Tem na regularidade sua maior virtude, não enfeita defesas e está sempre bem colocado. Salvou o Remo inúmeras vezes. Não há dúvida: é um dos pilares da excelente campanha azulina na Série B.

O goleiro será submetido a uma cirurgia nesta segunda-feira, 20, e deve voltar a treinar em janeiro. Seu reserva imediato, Ygor Vinhas, está lesionado. Por enquanto, Léo Lang deve ser o titular contra o Cuiabá.

Papão tenta reencontrar o caminho das vitórias

A hora é de reunir forças para buscar um cumprimento de tabela digno e comprometido com as tradições do clube. Este tem sido o discurso de jogadores, diretoria e comissão técnica do PSC em meio ao agravamento da participação do time na Série B.

Há 29 rodadas no Z4, com apenas cinco vitórias, o PSC cumpre à risca o roteiro do rebaixamento. Por isso, tenta achar alguma forma de motivação para enfrentar as seis últimas rodadas. Vai precisar disso hoje à noite diante da Ferroviária, em Araraquara (SP), pela 33ª rodada.

Márcio Fernandes poderá contar com Thiago Heleno, que se recuperou a tempo de viajar com a delegação. Com Ronaldo Henrique, André Lima e Denner, o setor de meio-campo não poderá contar com o suporte de Marlon, suspenso, na articulação.

No ataque, Maurício Garcez segue como homem de referência. Deve ter a companhia de Wendell, que ganhou pontos após a boa participação no Re-Pa.

Editado por Clayton Matos