GERSON NOGUEIRA

Remo 3x0 Tuna: Reabilitação com goleada e liderança isolada 

Remo vence a Tuna por 3 a 0 e assume a liderança do Parazão. Conheça os detalhes desta partida emocionante.

Confira o resultado do jogo entre Clube do Remo e Tuna Luso. O Leão mantém-se na liderança do Campeonato Paraense com uma vitória sólida.
Confira o resultado do jogo entre Clube do Remo e Tuna Luso. O Leão mantém-se na liderança do Campeonato Paraense com uma vitória sólida. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

O Remo conseguiu se reabilitar perante o seu torcedor, marcando 3 a 0 sobre a Tuna, neste domingo, no estádio Mangueirão, isolando-se na liderança do Parazão. O jogo foi muito mais equilibrado do que o placar fez crer. O triunfo nasceu da rapidez na ligação entre meio e ataque da competência nas finalizações. A Lusa fez um 1º tempo melhor, com mais posse de bola, mas errando nas tomadas de decisão no ataque. 

O Leão entrou em campo buscando se redimir do vexame na Copa Verde, quando foi eliminado pelo São Raimundo-RR em pleno Baenão. Alcançou em parte esse objetivo. 

A primeira etapa não foi tão tranquila para o Remo. Com muita velocidade pelos lados, principalmente com Gabriel Furtado pela esquerda, a Tuna criou boas situações antes dos 15 minutos iniciais. Poderia ter chegado ao gol com Edgo e Jayme, mas ambos falharam no instante decisivo.

O Remo tinha uma postura mais de espera e chegou a ameaçar com um disparo de Pavani, que Lucão botou a escanteio. Aos 14 minutos, em avanço rápido pela esquerda, Edson Cauã entrou na área e deu um passe recuado. Felipe Vizeu tocou na bola e Maxwell arrematou de frente, da marca do pênalti, sem chances para Lucão.

A Tuna reagiu de imediato com Gabriel Furtado, que cruzou para a finalização de Jayme, mas o chute saiu torto. Logo depois, o mesmo Gabriel bateu de fora da área, mas não acertou o alvo. O Remo buscava controlar o ímpeto tunante, com Jaderson e Pavani tentando ordenar o jogo na meia-cancha. Quando tinha a bola, saía em velocidade, com os garotos Kadu e Cauã, mas sem bom aproveitamento.

Logo a um minuto do 2º tempo, a vitória começou a se consolidar. Após escanteio, a bola sobrou junto à trave para Felipe Vizeu cumprimentar de cabeça, ampliando para 2 a 0. O gol impactou a Tuna, que não conseguiu mais manter a mesma postura de avanços sobre a zaga remista.

A movimentação de Lucas Paranhos e Tiago Bagagem passou a ser marcada de perto por Pedro Castro, que entrou no lugar de Ytalo para reforçar a linha de marcação. 

Foi assim que nasceu o terceiro gol: Adailton recebeu um passe em profundidade, ganhou na corrida dos zagueiros Marlon e Dedé e disparou um chute forte na saída do goleiro Lucão, aos 38 minutos.

O gol liquidou a fatura, embora o Remo tenha tido ainda duas chances, com Pavani e Tico, garoto que entrou na vaga de Vizeu. A Tuna botou uma bola na trave com Alex Silva, mas não teve forças para buscar reação.

No Remo, chamou atenção o espaço excessivo dado à Tuna no 1º tempo. Ao mesmo tempo, a entrada de dois centroavantes (Vizeu e Ytalo) prejudicou a movimentação do ataque. Adailton, que entrou no final, voltou a impressionar pela capacidade de definição. 

Jogo fraco, não apenas pelo campo ruim

O jogo foi muito preso aos duelos de meio-campo, com a marcação superando a criatividade. O Bragantino tomou mais iniciativas e teve chances de abrir o placar nos dois tempos, aproveitando o encolhimento excessivo do PSC. Com forte bloqueio no meio, o Papão não teve articulação criativa e por isso mesmo produziu poucos lances agressivos no ataque.

Na primeira etapa, o PSC começou forçando cruzamentos na área. Borasi e Espinoza quase conseguiram abrir o placar aos 3 minutos. O Bragantino respondeu rápido, com um chute de Ramonzinho que passou sobre o travessão.

Aos 20’, o meia Edicleber recebeu na intermediária e bateu forte, raspando a trave do estreante Alisson. O PSC teve uma boa oportunidade numa bola que Matheus Vargas roubou do zagueiro Douglas e tocou para Nicolas. O atacante, porém, dominou mal e perdeu o ângulo para finalizar.

O Bragantino chegava de forma mais consistente, com troca de passes entre Edicleber, Hércules e Wander. E foi Edicleber que ameaçou outra vez, com um chute perigoso: a bola descaiu rente ao travessão e Alisson desviou para escanteio.

Depois da partida, o técnico Márcio Fernandes jogou toda a culpa nas condições do campo, cuja precariedade é bem conhecida, mas não pode ser justificativa para a desarrumação do time em campo. 

Logo aos 6 minutos, Nilsinho quase botou a bola no fundo das redes, após um cruzamento rasante do lado esquerdo. Um minuto depois, Edicleber cruzou com perigo para a pequena área, mas o atacante Canga não alcançou.

O PSC reagiu aos 12’ com Vargas chutando de fora da área, mas Vinícius defendeu com segurança. Em grande arrancada de Nilsinho, a bola foi alçada na área e Canga desviou para o canto esquerdo, mas errou o alvo.  

Pouco acionado, o ataque bicolor não aparecia. Nicolas foi substituído por Pedro Delvalle, aos 25’. O Bragantino também mexeu na frente, substituindo Canga por João Vítor.

Com toques de qualidade e algumas ideias que surpreendiam a marcação, Edicleber seguiu dominando a faixa intermediária, transitando entre seu campo e o do PSC. 

Aos 30’, Marlon entrou no lugar de Matheus Vargas aparentemente para fazer o papel de articulador, mas limitou-se a aparecer pelo lado direito, sem ajudar Borasi e Rossi.

Aos 35’, Borasi cruzou no segundo pau, Pedro Delvalle cabeceou e a bola quase entrou no canto esquerdo. Foi a melhor chance criada pelo Papão em toda a partida.

É fato que o campo atrapalha, mas o prejuízo afeta os dois times. As queixas de Márcio Fernandes e Nicolas são aceitáveis, mas não justificam a má atuação do PSC.