ANÁLISE

Rei do empate, Leão refaz planos

Até o jogo com o Botafogo-SP, no sábado, o Remo apostava tudo na busca pelo acesso. O empate – 10º na competição – frustrou a torcida e abalou convicções dentro do Baenão.

Remo tropeça diante de grande público no Mangueirão e perde chance de voltar ao G4
Remo tropeça diante de grande público no Mangueirão e perde chance de voltar ao G4. Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

Até o jogo com o Botafogo-SP, no sábado, o Remo apostava tudo na busca pelo acesso. O empate – 10º na competição – frustrou a torcida e abalou convicções dentro do Baenão. Ainda em 5º lugar, com 34 pontos, o acesso continua como principal alvo, mas a prioridade imediata passa a ser a permanência na Série B. Para isso, é preciso somar mais 11 pontos.

A 16 rodadas do final, para conquistar o acesso serão necessários mais 33 pontos. Assegurar essa pontuação é tarefa que exige mentalidade vencedora e qualidade técnica. Não é o que o time de Antônio Oliveira vem demonstrando. Desde que assumiu, na 13ª rodada, o técnico tem enfrentado uma bateria de críticas por parte da torcida.

Fora de casa, o time foi razoavelmente bem, vencendo duas partidas, contra Athletic e América-MG. O problema é o baixo rendimento nos jogos disputados em Belém. Mesmo com a torcida dando um show de comparecimento e apoio, o time se comporta de forma decepcionante.

Desperdiçou até o momento 14 pontos como mandante – 2 derrotas e quatro empates. A regra não escrita do Campeonato Brasileiro ensina que nenhum time alcança o acesso perdendo tantos pontos em casa.

Diante do Botafogo, com 32 mil espectadores no estádio Jornalista Edgar Proença, o Remo voltou a decepcionar com um comportamento lento e apático ao longo do 2º tempo. Abriu o placar na etapa inicial, com Caio Vinícius, e parecia pronto a controlar as ações.

Repentinamente, baixou as linhas e permitiu os avanços do visitante. Exatamente como nos últimos jogos, incluindo a derrota para a Ferroviária, por 2 a 0. Quando faz o gol, o time recua e entrega a bola ao adversário.

Pois mal começou o 2º tempo e o desastre se desenhou. Aos 4 minutos, depois de uma saída errada de Reynaldo, o Botafogo chegou com perigo pela esquerda. Jefferson Nem superou a marcação de Camutanga, avançou com a bola até a entrada da área e deu um chute rasteiro no canto esquerdo do gol de Marcelo Rangel. Um belo gol para igualar o placar.

Desorganizado, o Remo esboçou uma reação com as entradas de Diego Hernández, Freitas e Régis, que substituíram Nico Ferreira, Jaderson e Caio Vinícius, mas o que estava ruim ficou pior: a zaga se abriu ainda mais.

A única oportunidade criada pelo Remo foi aos 36’, com Diego Hernández, que chutou forte para uma defesa difícil de Victor Souza. Depois disso, o time exibiu um desgaste físico assustador e passou a ser dominado pelo Botafogo, que teve ainda duas chances para marcar.

A pífia atuação gerou um tsunami de críticas a Oliveira, que balança no cargo, e deu ao Leão a pouca lisonjeira condição de time que mais empatou na Série B.  

Chape supera Papão, que permanece na zona

O jogo transcorria razoavelmente bem para o PSC, que marcava bem e tentava pressionar com Garcez pela esquerda. O empate se manteve por 19 minutos. Foi quando a Chapecoense, mais efetiva e consistente, abriu o placar, após cruzamento de Mailton para finalização de Walter Clar.

O Papão manteve suas linhas recuadas e conseguiu uma boa oportunidade, aos 31′, com Luan Freitas, que deu um cabeceio forte e superou o goleiro Léo Vieira. A bola só não entrou porque Bruno Leonardo salvou em cima da linha. Aos 37′, Marlon cruzou e Benitez desviou por cima do gol.

No 2º tempo, a Chape voltou mais empolgada e botou pressão logo de cara com Marcinho finalizando com perigo. Aos 10 minutos, o ala Walter Clar voltou a pontificar, aproveitando a liberdade dentro da área para acertar um disparo cruzado, sem chances para Gabriel Mesquita.

Diogo Oliveira, que foi poupado no 1º tempo, substituiu Benitez e deu nova movimentação ao ataque. Cabeceou com perigo, aos 21’. Em seguida, o PSC teve seu melhor momento, com duas chances dentro da área. Anderson Leite e Garcez chutaram e a bola bateu na zaga. Em novo rebote, Garcez finalizou fraco nos braços de Rafael Santos.

As várias mudanças efetuadas por Claudinei Oliveira injetaram força, mas nenhuma inspiração visível. Delvalle, Marcelinho, Ronaldo Henrique e Edilson pouco acrescentaram à atuação da equipe.

No final da partida, a Chape podia ter ampliado a vantagem. O rápido Mailton acertou uma bola no travessão. Neto Pessoa meteu a cabeça e o goleiro do PSC foi buscar na gaveta. No acréscimo, Walter Clar finalizou da pequena área, mas Gabriel evitou o gol.

Vasco renasce com chinelada no Peixe de Neymar

Uma goleada improvável aconteceu ontem à tarde no Morumbi, em São Paulo. O Santos, comandado por Neymar, foi atropelado pelo Vasco de Fernando Diniz, por 6 a 0. O 1º tempo foi equilibrado, com vitória vascaína por 1 a 0. O barraco desabou mesmo no início da segunda etapa.

Antes dos 10 minutos, o Vasco já vencia por 4 a 0. Em consequência do desespero do Peixe, a goleada se consolidou com mais dois gols. Coutinho marcou dois gols e foi o craque da partida. Neymar passou em branco, de novo. É a contagem mais elástica em 98 anos de história entre os times.