
Felipe Vizeu é o jogador mais conhecido nacionalmente do elenco azulino, credenciado pela passagem pelo Flamengo, mas até o momento não conseguiu se firmar no time titular. Escalado desde o início há três rodadas, apresentou rendimento aquém das expectativas.
Há uma ansiedade natural no comportamento de jogadores que sofrem uma cobrança maior do torcedor. É o caso de Vizeu, cujas atuações não encantam, mas não sofrem contestações até porque a excelente campanha do Remo no Parazão ajuda a reduzir críticas individualizadas.
A melhor participação de Vizeu até o momento foi na partida contra o Águia, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. Naquela ocasião, a qualidade de seu futebol apareceu nos minutos finais, com um lançamento arqueado para Adailton finalizar e garantir a vitória.
Com dois gols, Vizeu se mantém próximo dos principais goleadores da competição, Peu (São Francisco) e Nicolas (PSC), e atrás dos companheiros Adailton e Maxwell, que marcaram três vezes.
Há, ainda, a dúvida do técnico Rodrigo Santana quanto ao aproveitamento de Vizeu ao lado de Maxwell, Dodó, Pedro Rocha ou Adailton. De modo geral, as incertezas quanto à composição do ataque incluem o próprio Vizeu, que disputa com Ytalo a posição centralizada na frente.
O clássico de domingo com o PSC pode clarear as coisas quanto à definição do time titular do Remo. Até o momento, as constantes mudanças de peças na defesa e no ataque ao longo das seis rodadas da competição. Isso normalmente afeta o entrosamento e não permite que as características individuais sejam de fato potencializadas.
Como ocorre normalmente no Parazão, o Re-Pa funciona como divisor de águas. É quando os técnicos costumam dar por encerrada a fase de pré-temporada e passam a ter escolhas mais definitivas. A conferir.
Borasi, dúvida e preocupação para o clássico
Na partida de segunda-feira, 17, entre PSC e Independente, no Mangueirão, uma das informações que surpreenderam a torcida bicolor antes do jogo foi a ausência de Borasi na relação de atletas. Soou inicialmente como opção técnica, como na partida contra o Manaus, pela Copa Verde.
Minutos depois, veio o esclarecimento: Borasi ficou fora da partida por força de uma lesão, sofrida durante um treino na Curuzu. É duvidoso afirmar que ele entraria jogando, caso estivesse em condições.
Recém-chegado, Luizinho Lopes mostrou preferência por Pedro Delvalle no confronto com o Manaus. Não está antenado com os números de Borasi na equipe. Desde a Série B 2024, o atacante argentino é o mais regular jogador do PSC, com atuações sempre elogiadas.
Nada faz crer que neste começo de temporada Borasi tenha perdido qualidade. Em Marabá, contra o Águia, foi autor de um dos gols mais bonitos do Parazão, embora não seja essencialmente um artilheiro. É hoje peça fundamental nas ações e investidas do PSC pelos lados do campo.
Tanto que a dúvida sobre sua presença no clássico é um ponto que preocupa a torcida do Papão a poucos dias do Re-Pa.
Paixão contamina o debate sobre gramado sintético
Volta e meia ressurge o debate sobre o uso do gramado sintético no Brasil. Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG têm campos com grama artificial e são alvos frequentes de ataques de outras agremiações. Curiosamente, quando o Atlético-PR lançou o sintético na Arena da Baixada os debates não eram tão acalorados.
Ontem, foi lançado uma espécie de manifesto por um grupo de jogadores de clubes que não têm estádios com piso sintético. Neymar, Lucas Moura, Cássio, Gerson e Dodô, dentre outros, alegam que o futebol brasileiro está empobrecendo tecnicamente por causa dos campos artificiais.
Observam que nas ligas europeias os sintéticos não são adotados, embora tenham sido aprovados e autorizados pela Fifa. Insinuam ainda que há insegurança para os atletas, fato que todas as estatísticas desmentem categoricamente.
A verdade é que a oposição ao sintético só veio mesmo quando Palmeiras e Botafogo passaram a se destacar nas competições. O problema é que essa argumentação não resiste aos fatos. Não há sustentação científica para provar que os clubes mandantes se beneficiam do sintético.
O Botafogo conquistou a Libertadores da América e o Brasileiro de 2024 sendo o clube que mais disputou jogos na temporada (75 no total) em todo o mundo. Em 2023 e 24, com a implementação do gramado sintético, “houve um aumento expressivo de partidas realizadas e reduziu-se o índice de lesões por jogo”, esclarece o clube.
O Alvinegro destaca também a qualidade de espetáculo no gramado do estádio Nilton Santos. E, para os que apontam uma suposta vantagem para os que jogam sempre no sintético com desequilíbrio nas competições, há o fato de que o Botafogo foi o melhor visitante do Brasileiro.
No comunicado, o clube reforça ainda o “compromisso com a excelência e a saúde dos seus atletas, além de seguir buscando sempre o melhor para o futebol brasileiro, valorizando o espetáculo com bons palcos e conforto para os jogadores entregarem a melhor performance”.