AS CARAS DO LEÃO

Rangel e Pedro Rocha: Dois destaques, duas avaliações

O Remo entra em campo hoje, às 19h, para enfrentar a Ferroviária, com dois expoentes da equipe nesta Série B: Marcelo Rangel e Pedro Rocha.

O Remo entra em campo hoje, às 19h, para enfrentar a Ferroviária, com dois expoentes da equipe nesta Série B: Marcelo Rangel e Pedro Rocha.
Pedro Rocha é o artilheiro da Série B - Foto: Samara Miranda/Remo

O Remo entra em campo hoje, às 19h, para enfrentar a Ferroviária, com dois expoentes da equipe nesta Série B: Marcelo Rangel e Pedro Rocha. Com defesas decisivas ao longo do turno, Rangel é o melhor goleiro da competição. O atacante marcou 10 gols e é o artilheiro isolado. Apesar da importância de ambos, a torcida tem olhares diferentes sobre os dois.

Rangel é o grande responsável pela segurança defensiva da equipe, com intervenções fundamentais em várias partidas. Titular absoluto na temporada, contribuiu também para o baixo número de derrotas do Remo em 2025. Levantamento nacional mostra que o Leão perdeu apenas seis vezes – a mesma quantidade do Flamengo.

Chama atenção o processo de evolução do arqueiro após chegar para substituir o ídolo Vinícius, que dominou as traves azulinas por sete temporadas. A rejeição inicial da torcida foi superada com muita dedicação e profissionalismo, resultando na plena aceitação atual.

Ao contrário da unanimidade em torno de Rangel, o atacante Pedro Rocha não desfruta da mesma aceitação, embora haja reconhecimento quanto à sua importância. Tão decisivo quanto o goleiro, tendo marcado 10 gols em 19 partidas, ele divide opiniões e coleciona críticas pelo excesso de gols perdidos na competição.

O que ocorreu na terça-feira (29), em Goiânia, foi apenas um exemplo da quantidade surpreendente de chances jogadas fora pelo artilheiro. Em situação normal, pelo número de oportunidades criadas a cada partida, Rocha já poderia ter pelo menos 15 gols marcados.

A falta de apuro na definição, provocada quase sempre pela afobação na resolução das jogadas, é o ponto crucial dos erros cometidos. Há, porém, quem defenda a tese de que só perde gol quem arrisca. Rocha tem o mérito de ser incansável e intenso na busca de vitórias. 

Na carreira, Rocha raramente teve desempenho tão positivo em termos de anotação de gols. Como um atacante de lado, não foi goleador nos times que defendeu. No Remo, chegou junto com Felipe Vizeu, que tinha a missão de fazer os gols. A situação se inverteu e Pedro Rocha ganhou o protagonismo, com méritos, mesmo que a torcida critique e queira sempre mais.

Cansaço e Desafios Logísticos

Cansaço é o maior adversário dos azulinos

Para superar a Ferroviária, o Remo terá que inicialmente superar o cansaço físico da maratona iniciada com a viagem para o jogo em Goiânia, na terça-feira, sem o tempo adequado para a recomposição física. A delegação retornou na quarta-feira e fez um treino leve ontem como preparação para a estreia no returno da Série B, hoje à noite.

Quando a partida terminou no estádio da Serrinha, o técnico Antônio Oliveira não escondeu a irritação com o “castigo” imposto ao Remo: jogar no último horário da terça-feira e encarar 66 horas depois o novo compromisso, sexta-feira, às 19h.

Soa incompreensível que a partida com a Ferroviária não tenha sido programada para sábado ou domingo, visto que o PSC joga fora de Belém nesta rodada. A explicação banal de que é um problema de grade de programação não esclarece absolutamente nada.   

Os clubes nortistas têm, de maneira geral, sido muito penalizados com as questões logísticas e os problemas da malha aérea. Deslocamentos extensos demais minam o condicionamento dos times, embora nem sempre isso seja devidamente mensurado.

O PSC de Luizinho Lopes é prova viva dessa situação. Durante 11 rodadas, o time sofreu com as viagens e os jogos de quatro competições simultâneas (Série B, Parazão, Copa Verde e Copa do Brasil). Mesmo que técnicos, jogadores e dirigentes protestem, nada de prático é feito para resolver o problema.

Retornos Importantes no PSC

Papão terá a volta de volante recordista

O compromisso é dos mais difíceis, mas Claudinei Oliveira terá dois retornos importantes no sistema defensivo do PSC para o jogo com o Atlético-PR, em Curitiba. Novillo recompõe a zaga e Leandro Vilela, volante titular, está de volta após cumprir nova suspensão automática e reassume o papel de cão de guarda à frente da zaga alviceleste.

Aliás, a expressão “cão de guarda” talvez seja levada a sério demais pelo volante, que ostenta a questionável marca de jogador mais indisciplinado da Série B, tendo recebido nove cartões amarelos e um cartão vermelho em 16 jogos realizados.

Tecnicamente, Vilela é um dos mais efetivos e competentes marcadores do elenco do PSC, mas costuma se exceder em alguns lances e termina por receber cartões que poderiam ser evitados.

Sem ele, Claudinei lançou Ronaldo Henrique na partida diante do Athletic, mas com Vilela o setor fica bem mais seguro. Além de mais entrosado com os companheiros, é um dos líderes da equipe. Terá papel importante no jogo em Curitiba, de preferência sem ser amarelado.

Com Novillo garantido, a zaga deve ter novamente a composição ideal, com a manutenção de Thalyson. Há, ainda, a possibilidade de escalação de três zagueiros, com a possível entrada de Maurício.