CINEMA

Quarteto Fantástico (2025)

Após várias adaptações ruins, finalmente a Marvel acerta o tom das aventuras cósmicas do Quarteto Fantástico e que finalmente chega ao MCU

Quarteto Fantástico chega ao MCU em uma boa aventura familiar. Foto: Divulgação
Quarteto Fantástico chega ao MCU em uma boa aventura familiar. Foto: Divulgação

É até curioso que a família mais famosa das histórias em quadrinhos da Marvel, o Quarteto Fantástico, tenha tido quatro adaptações cinematográficas anteriores, com um filme jamais lançado (de 1994), duas continuações que foram sucesso de público, mas escrachadas pela crítica (2005 e 2007) e a penúltima, de 2015, odiada por todo mundo.

Eis que, em 2025, a Marvel lançou uma nova versão dos quatro heróis em um mundo pós-aquisição da Fox pela Disney, ampliando o rol de sagas cósmicas: “Quarteto Fantástico – Primeiros Passos”. Como o próprio nome diz, não se trata de uma história de origem, mas das primeiras aventuras da família (em um universo alternativo) após os eventos cósmicos que fizeram Tocha Humana, Senhor Fantástico, Mulher Invisível e O Coisa ganharem seus poderes.

Aqui, eles têm de enfrentar uma imensa (literalmente) ameaça chamada Galactus, que quer devorar a Terra e manda o seu arauto, a Surfista Prateada, avisar aos terráqueos que eles serão exterminados. De cara, já se salta aos olhos o trabalho impecável no design de produção. Com uma estética retrofuturista, tudo funciona em favor da narrativa, das roupas aos equipamentos eletrônicos, passando por robôs e veículos.

Para mim, o roteiro é uma grande homenagem ao pioneiro Jack Kirby, seja pela sua trama focada nas relações familiares, seja pela aventura grandiosa e espacial, com destaque para os efeitos especiais, principalmente aqueles focados no Galactus e na Surfista. São os melhores efeitos da Marvel em muitos anos, o que já é uma evolução e tanto.

Outro ponto positivo do filme é o elenco, bem entrosado. Vanessa Kirby está ótima como a mãe super poderosa e superprotetora que usa seus poderes para destacar o instinto materno, além de Ebon Moss-Bachrach, que traz uma certa doçura e respeito ao casca grossa Bem Grimm. Já Pedro Pascal exibe seu carisma habitual, apesar de ser o elo mais fraco dos quatro (Joseph Quinn também tem seus bons momentos, mas só também).

Os maiores problemas do filme são os diálogos, muitas vezes usados para forçar dramas e sem espontaneidade, e a participação de personagens sem função nenhuma na história, além da trilha, que soa genérica, com exceção da música-tema do grupo (Michael Giacchino, que já fez coisas muito melhores).

Em suma, é uma boa introdução do grupo, com vários defeitos, mas que mostra que a Marvel fez boas apostas este ano. Mesmo o Capitão América – Admirável Mundo Novo, não é das piores coisas que o estúdio já produziu. Veremos com a retorno das sagas no ano que vem.