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Por favor, matem Michael Myers

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Por favor, matem Michael Myers

Em 2018, o diretor David Gordon Green achou que era uma boa hora para ressuscitar Michael Myers e a franquia Halloween, enterrada depois de uma década por causa de dois filmes horrorosos dirigidos por Rob Zombie. A boa notícia é que o filme consegue ser uma boa sequência para o slasher original de 1973, com um roteiro honesto e Myers mais insano do que nunca. E traz de volta a persona do assassino sem poderes sobrenaturais, mas com uma sede de matar sem precedentes.

A má notícia é que o relativo sucesso “provocou” mais duas sequências desnecessárias e aquém da qualidade desse. Halloween Kills (2021) já fugia bastante da proposta ao deixar a protagonista, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, precisando pagar as contas), de lado, e fazendo Myers enfrentar a cidade inteira em uma jornada onde ele se torna quase imortal.

Halloween Ends nos tortura mais que seus personagens. FOTO: DIVULGAÇAO

Já Halloween Ends (2022) é um atentado ao gosto do público por filmes de horror e um desrespeito à franquia “cometido” por Green e os outros três roteiristas (por mais absurdo que pareça). É o provável pior filme do ano. Primeiro que o roteiro, bizarramente, desconsidera tudo que foi construído até aqui e chega a causar surpresa que tenha sido escrito pelos mesmos dos dois anteriores.

Eles simplesmente tiveram a cara de pau que introduzir um personagem novo, Corey (Rohan Campbell, péssimo), e ignorar a relação de ódio e destruição entre os dois antagonistas. Ou seja, se o público esperava uma trama de embate final, encontrou um dramalhão mexicano, com diálogos risíveis e interpretações toscas, com exceção de Curtis, que se esforça para extrair alguma dignidade do final da sua “final girl”.

Então temos um filme sem história, sem direção e sem nenhuma personalidade como gênero de terror. Nem o gore característico da franquia é aproveitado e as mortes se restringem a coadjuvantes sem expressão. Antes disso, temos de aturar 50 minutos de absolutamente nada, com personagens andando para lá e para cá, reclamando da vida e chorando, além de não haver nenhuma consequência prática no cotidiano da cidade do banho de sangue de Kills. É como se o simples desaparecimento da criatura deixasse toda a cidade, inclusive a polícia, em estado de negação pura.

Laurie, coitada, passou de uma bad ass que aguardou 40 anos se preparando para um conflito sangrento, para uma dona de casa que deixa a porta aberta sem nenhuma razão, mesmo que seu algoz ainda estivesse perambulando por aí. Para a sorte dela, o assassino decidiu que era uma boa hora viver em um bueiro (sério) com depressão. Em meio a tanto anticlímax, finalmente temos o esperado encontro entre os dois e não tem um minuto sequer de algo interessante que justifique tamanha má vontade dos realizadores com esse filme.

Agora, Green está dirigindo uma sequência direta de O Exorcista, com a anuência da produtora Blumhouse, que despeja dinheiro de olho com o retorno das bilheterias em sequências picaretas. Que Deus tenha piedade da nossa alma…