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Período do Ramadã começa hoje; saiba mais sobre o período sagrado para os muçulmanos

Em Belém, aproximadamente 150 pessoas fazem parte da comunidade muçulmana, segundo informações de Said Mousinf. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Em Belém, aproximadamente 150 pessoas fazem parte da comunidade muçulmana, segundo informações de Said Mousinf. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Ana Laura Costa

Começa hoje (23) para os muçulmanos, o Ramadã, momento de reconciliação, perdão e caridade para os seguidores do Islã em todo o mundo. Durante o período sagrado, que terá duração de 30 dias e se estenderá até o dia 23 de abril, os muçulmanos fazem orações e jejuam diariamente. A data muda todos os anos porque segue as fases da lua, mas sua duração, que vai de 29 a 30 dias, nunca é alterada.

No calendário Islâmico, o Ramadã é o 9º mês. Para os muçulmanos, foi durante este mês que os primeiros versículos do Alcorão foram revelados ao profeta Muhammad há mais de 1.400 anos.

Neste período, o jejum deve ser mantido entre o nascer e o pôr do sol e os fiéis deixam de comer, beber, fumar e ter relações sexuais durante o dia. Além disso, os muçulmanos costumam doar para instituições de caridade e alimentar os que passam fome durante o Ramadã.

Porém, antes do começo do Ramadã, é importante que os muçulmanos peçam perdão àqueles que tiveram algum tipo de conflito, para que estejam com o coração em paz, sem mágoas, explica o líder da comunidade muçulmana no Estado, Imam Said Mousinf.

Em Belém, aproximadamente 150 pessoas fazem parte da comunidade muçulmana, segundo informações de Said Mousinf. O Centro Islâmico Cultural do Pará, Mesquita Ar-Rahmaa, que fica localizada no bairro da Campina, na capital, foi pensado não apenas para acolher os seguidores do Islã, como também para compartilhar informações acerca da religião com a população paraense, a fim de quebrar preconceitos.

“Já recebi pastores aqui, conversamos e, no final de tudo, percebemos e sabemos que a mensagem é a mesma. Deus deixou uma mensagem universal, uma mensagem de paz, onde devemos fazer o bem, evitar injustiças. Deus não criou o ser humano para viver em guerra na terra, mas para vivermos em paz uns com os outros. E isso não é a religião que define, as religiões só nos ajudam no caminho, mas o esforço de sermos pessoas boas, é totalmente nosso”, ressalta o líder.

Importante ressaltar que, ‘islâmico e muçulmano’ são referentes a uma religião, enquanto ‘árabe’ é referente a uma etnia, referente a língua falada: o idioma árabe. Sendo assim, cerca de quatro muçulmanos da Malásia, país do sudeste asiático, vieram a Belém e estão na Mesquita para iniciar o período sagrado.

O jejum é um dos cinco pilares do Islã, considerado um ato de autopurificação, que leva a pessoa a ter força e paciência, conhecer a si mesma e colocar-se no lugar dos menos afortunados.

“No Ramadã, quando fazemos o jejum, nós lembramos daqueles que não têm o que comer, e ficamos mais sensíveis. Nos despimos da nossa arrogância. Importante lembrar que é um período de caridade, assim, já recebemos 50 cestas básicas doadas por muçulmanos de outros lugares e da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, para doar aos visitantes e a quem mais necessita”, destaca.