ANÁLISE

Paysandu vai do desespero à desesperança

A situação já era desesperadora antes da partida de ontem contra o Novorizontino. Depois da derrota, por 1 a 0, o quadro ficou praticamente irreversível.

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

A situação já era desesperadora antes da partida de ontem contra o Novorizontino. Depois da derrota, por 1 a 0, o quadro ficou praticamente irreversível: o PSC está com o passaporte carimbado para o rebaixamento à Série C. Com 22 pontos, na lanterna da competição e a 8 pontos do primeiro time fora do Z4, a desesperança entra em cena.

Um sintoma disso foi a reação do torcedor na Curuzu. Normalmente agressivo diante de resultados negativos, a derrota não provocou maiores protestos, como se já fosse esperada. Prevalece a consciência de que não há mais o que fazer.  

O jogo começou até simpático para o PSC. Leandro Vilela teve uma boa chance, em seguida Reverson teve outra. Mas, aos 11 minutos, a casa quase caiu. Em cochilada geral da defesa, Nathan Fogaça teve o gol escancarado, mas bateu em cima de Thiago Heleno e a bola saiu.

Havia equilíbrio nas disputas de meio-campo, mas o Novorizontino era mais organizado e objetivo nas ações ofensivas, com Matheus Frizzo, Rômulo e Fogaça impondo grande movimentação.

Veio a 2ª etapa e o PSC começou melhor, pressionando um pouco mais. Denner e Marlon buscavam aproximação com Garcez e Diogo Oliveira, mas a falta de pontaria voltou a prevalecer. Denner errou, Diogo se atrapalhou na área e o time gastava energia com cruzamentos inúteis.

Aos 30’, finalmente, a bola foi parar no fundo do barbante. Garcez recebeu livre, passou pela zaga e bateu rasteiro. A torcida ainda festejava quando o VAR anulou o lance por impedimento do camisa 10.

A frustração com o gol invalidado fez a galera silenciar e o time esfriar. Continuou lançando bolas na área, mas a zaga do Novorizontino prevalecia sempre. Aí, aos 43’, veio o castigo: em cobrança de escanteio, Donato desviou de cabeça, sem qualquer chance para Matheus Nogueira.

Foi a 11ª partida sem vitórias, consolidando o time na lanterna, a oito pontos do primeiro time fora do Z4. Márcio Fernandes tentou tirar o coelho da cartola, usando três laterais – como fazia Claudinei –, mas não funcionou. Para piorar, Diogo Oliveira não acertou mais o pé.

Em meio às lamentações de praxe, Márcio Fernandes surgiu com uma avaliação equivocada quanto ao resultado do jogo. Achou que o PSC merecia vencer e viu até pênalti que não aconteceu.

O técnico diz acreditar que a salvação ainda é possível, o que colide com a dura realidade da competição. Por fim, prometeu que o Papão vai lutar com dignidade até o fim, na disputa dos 30 pontos que restam, o que é praticamente jogar a toalha.  

Leão tem desafio de superação no Rio

Contra o Volta Redonda, hoje à noite (21h30), no Rio de Janeiro, o Remo terá que se superar em relação às baixas importantes e à ausência de técnico à beira do gramado. O artilheiro Pedro Rocha e o lateral Sávio são os principais desfalques do time.

Fora de casa, sob o comando de Antônio Oliveira, o Remo venceu três jogos e empatou quatro. Por coincidência, a última derrota foi contra o Atlético-PR, quando o time foi dirigido interinamente pelo auxiliar Flávio Garcia, que estará novamente no comando hoje.

Guto Ferreira, cuja contratação foi anunciada na segunda-feira à noite, já acompanha a delegação e certamente vai orientar o time, mas conhece muito pouco do elenco azulino. Sua presença será importante a partir da rodada 29, contra o CRB, em Belém.

Para continuar sonhando com o acesso, o Remo precisa voltar a vencer. Diante do Voltaço, adversário que está ameaçado de rebaixamento, há uma boa possibilidade, desde que o Leão jogue de forma organizada e objetiva no aproveitamento dos contra-ataques.

Nico Ferreira ou Janderson. Sai daí o substituto de Pedro Rocha para a partida desta noite. Na lateral esquerda, a mudança é mais simples: entra Alan Rodríguez. O meio-campo deve continuar com Caio Vinícius e Jaderson. Panagiotis, que estreou bem, pode entrar.

Eleição na FPF terá aclamação inédita

No fechamento do prazo de inscrição de chapas para eleições da entidade, nesta segunda-feira (22), apenas a candidatura de Ricardo Gluck Paul foi oficializada para a eleição na FPF. Portanto, ele será aclamado presidente para mais um mandato, a partir de 26 de julho de 2026.

O colégio eleitoral de 137 membros validou a candidatura única, com apoio integral, algo inédito na entidade. O artigo 13 do estatuto prevê a aclamação em casos assim. Para Ricardo, a adesão total reflete a consolidação de uma gestão marcada pela pacificação e pelo equilíbrio administrativo.

A nova diretoria tem, entre os vices, Hélio Paes Júnior (Helinho), primeiro ex-atleta profissional a ocupar o posto, além de representantes de ligas, como Ricardo Oliveira, e de clubes, como Sandcley Monteiro – que representará o futebol do oeste do Pará. Outro vice será o advogado Emerson Dias.

Outra presença importante na vice-presidência é de Danielle Pina de Almeida, diretora do Centro da Juventude (Ceju). É a primeira vez que uma mulher alcança representatividade na cúpula da FPF.