
O começo foi até animador – e enganoso. Logo aos 5 minutos, Diogo Oliveira quase marcou, aproveitando uma bola que bateu na trave do Operário. Apesar do entusiasmo da torcida na Curuzu, o jogo foi rolando sem grandes emoções, pois o PSC não conseguia fazer as conexões necessárias para superar o bloqueio defensivo do adversário.
Aos 28 minutos, finalmente saiu o gol. Em grande arrancada pela esquerda, Maurício Garcez viu Diogo Oliveira entrando no centro da área e deu um passe perfeito. O centroavante só escorou para as redes.
Parecia estar aberto o caminho para a vitória, mas a ilusão durou pouco. Aos 40 minutos, o volante Neto Paraíba aproveitou um cruzamento de Boschilia em cobrança de falta e desviou para o gol, antecipando-se ao goleiro Gabriel Mesquita.
O Operário se entusiasmou com o gol e passou a insistir com avanços sobre a zaga bicolor. Gabriel Mesquita apareceu com duas boas defesas, evitando a virada do marcador ainda no primeiro tempo.
Logo no reinício da partida na segunda etapa, o Operário-PR chegou em contra-ataque rápido e Kleiton foi lançado. Sem necessidade, o goleiro Gabriel Mesquita saiu de forma atabalhoada e derrubou o atacante. Boschilia cobrou o pênalti e decretou a virada, aos 4 minutos.
O Papão tentou organizar uma reação, mas se atrapalhou com lances precipitados e chutes descalibrados. O técnico Claudinei Oliveira fez mudanças, colocando Edilson, Dudu Vieira e Benítez em campo, mas poucas oportunidades foram construídas.
Nos minutos finais, a pressão bicolor se acentuou, mas a falta de qualidade comprometeu todas as tentativas. A melhor situação de gol foi desperdiçada por Thalisson, que pegou rebote do goleiro Elias e chutou para fora.
A revolta do torcedor ao final da partida se concentrou nos jogadores Marlon e Edilson, mas se estendeu também ao técnico Claudinei Oliveira e à diretoria do clube. Com o resultado, o PSC completa seis jogos sem vencer e três derrotas consecutivas, permanecendo perigosamente na vice-lanterna da Série B, com 21 pontos.
Inofensivo no ataque, Leão fica no empate
O Remo trouxe um ponto da partida com o então líder do campeonato, em Curitiba, mas desfrutou de condições favoráveis para ir em busca da vitória. Com um jogador a mais durante o 2º tempo, faltou outra vez apetite ofensivo e qualidade na articulação de jogadas.
A partida foi movimentada ao longo dos primeiros 45 minutos, com presença mais forte do Coritiba no ataque. Empurrado por 35 mil torcedores, o Coxa buscava vencer para manter a liderança – acabou superado pelo Goiás, que venceu o América-MG.
Apesar de manter o equilíbrio defensivo, o Remo tinha dificuldades para chegar à área adversária. A principal chance coube ao Coritiba. Lucas Ronier avançou pela esquerda e bateu forte em direção ao gol. Marcelo Rangel defendeu parcialmente e Reynaldo afastou a bola com os ombros.
Dono das ações, o Coxa insistia com pontadas pelos lados, mas esbarrava na resistência da zaga azulina, com Klaus e Reynaldo. No Remo, o melhor lance foi uma chance perdida com Marcelinho.
No começo da etapa final, Lucas Ronier chegou a mandar uma bola no travessão. Aos 13 minutos, o goleiro Pedro Morisco acertou cotovelada em Caio Vinícius e o árbitro deu pênalti e expulsou o goleiro, mas o VAR revisou o lance, manteve o cartão vermelho, mas anulou a penalidade.
Logo em seguida, nova confusão. Desta vez, envolvendo Matheus Davó, que chegou a ser expulso após falta sobre um jogador do Coxa. O VAR entrou em cena de novo e corrigiu a decisão, anulando a expulsão.
Impactado pelas decisões da arbitragem e do VAR, o jogo ficou truncado, mas o Remo mostrou-se incapaz de sair em busca do gol. Limitava-se a marcar em seu campo, mesmo com 11 jogadores contra 10 do Coritiba.
Nos minutos finais, com o Coritiba saindo em desespero para buscar a vitória, o Remo não conseguiu encaixar um ataque sequer. As mudanças no time – Régis entrou no meio e Eduardo Melo na frente – não fizeram qualquer diferença. O time parecia querer mesmo o empate.
Nos instantes finais, nova escaramuça envolvendo o VAR. O árbitro apontou pênalti quando a bola tocou no braço de Klaus, mas o árbitro de vídeo desfez novamente a decisão e o jogo se encerrou de forma frustrante para o Coxa e pouco satisfatório para o Leão.
Técnico não aparece e Braz detona arbitragem
Para espanto geral, após a partida no Couto Pereira, o técnico Antônio Oliveira não deu as caras na entrevista coletiva. Quem apareceu foi o executivo de futebol Marcos Braz. A presença inusitada deu a impressão de que haveria o anúncio da demissão do treinador, mas Braz só queria espaço para detonar a arbitragem do jogo.
Braz demonstrou irritação com as interrupções do VAR. Segundo ele, foram intervenções que prejudicaram o jogo. Reclamou principalmente da revisão da penalidade no lance entre Pedro Morisco e Caio Vinícius. No final, pediu desculpas pela ausência de Oliveira na entrevista.
Apesar de tudo, graças à interferência do VAR, o Remo escapou da marcação injusta de uma penalidade nos minutos finais da partida.