Tem sido uma triste rotina na caminhada do PSC na Série B. Várias partidas são definidas após o recuo excessivo ou a distração generalizada da defesa. Foi assim de novo, ontem à noite, diante da Ferroviária de Araraquara. Depois de uma virada empolgante no 1º tempo, o time se acomodou e cedeu o empate na reta final da partida.
Não há novidade nisso. O torcedor já se acostumou a contrariedades desse tipo. Apesar da disposição demonstrada pelo time, reagindo rapidamente ao gol de Carlão logo nos primeiros minutos, o PSC voltou a apresentar sinais de instabilidade ao longo da partida.
Thiago Heleno acertou um cabeceio fulminante, aos 14 minutos, fazendo o time acordar. O segundo gol, aos 28’, mostrou toda a agilidade e visão de jogo de Garcez. Deslocado pela direita, ele aproveitou um erro do zagueiro Ronaldo e cruzou na medida para Wendell na pequena área.
O PSC cresceu, passou a controlar o jogo, mas muitas vezes não sabia bem o que fazer com a bola. Garcez e Wendell levavam perigo quando se aproximavam da área, mas o meio-campo pouco contribuía para impor um ritmo mais forte. Denner, apagado, apenas rebatia bolas.
Na etapa final, para tentar fechar o setor de marcação, Márcio Fernandes botou Gustavo Nicola no lugar de Peterson, figura improdutiva em campo. O problema é que a presença de quatro volantes fez o PSC se esquecer de atacar. A Ferroviária começou a impor presença.
Aos 17’, Carlão quase empatou, cabeceando rente à trave esquerda. Logo depois, Albano aproveitou um rebote da defesa e acertou um chute forte e colocado, sem chances para Matheus Nogueira. Era o empate da Ferroviária, que seguiu pressionando. Lucas Rodrigues quase virou, aos 48’, mas a bola saiu pelo fundo.
O resultado não foi bom para ninguém, mas foi bem pior para o PSC, que se mantém isolado na lanterna, com 27 pontos, a cinco pontos do penúltimo colocado e a 10 do primeiro time fora do Z4. Restam cinco rodadas e o próximo jogo é com o Avaí. Garcez, o melhor do time, não poderá jogar.
Chance e desafio para o substituto de Rangel
A contusão que tirou Marcelo Rangel do campeonato pode significar a grande chance da carreira de Léo Lang, o reserva que deve assumir o gol azulino no confronto decisivo de sexta-feira (24) contra o Cuiabá.
Lang já foi testado nos minutos finais do jogo com o Athletic, ao substituir Rangel. Parecia tenso e errou duas reposições de bola. Depois, foi se tranquilizando e atuou com segurança até o final.
A sina dos reservas é justamente essa. Precisam treinar sempre no mesmo nível de intensidade dos demais jogadores, a fim de estarem prontos para entrar em qualquer eventualidade.
Em situação normal, o substituto de Rangel seria Ygor Vinhas, que chegou a jogar por alguns minutos contra o Operário. Com lesão muscular, Ygor talvez só ganhe condições ideais para o jogo contra a Chapecoense.
Para quem quase não ouviu falar de Léo Lang, é preciso lembrar que ele teve papel importante na campanha do Remo na Série C 2024. Sua atuação contra o Caxias, na Serra Gaúcha, garantiu a vitória azulina. Lang fez grandes defesas e defendeu uma penalidade no célebre “jogo da neblina”.
Árbitro e VAR erram e decidem clássico
Foi uma cena hilária, daquelas capazes de entrar para os anais do folclore futebolístico nacional. O técnico do Flamengo, Felipe Luís, falou na entrevista após o jogo com o Palmeiras que o time paulista não tem direito a reclamar de nada, insinuando que o Verdão é beneficiado pelo apito.
É claro que é, ninguém duvida. John Textor provou isso em 2023, mas foi devidamente silenciado pelo consórcio que domina o futebol no Brasil. O problema é que o último clube a poder usar esse argumento é justamente o Flamengo, beneficiado por arbitragens há décadas.
No clássico de domingo, aliás, tudo se repetiu novamente. Dois lances influenciaram diretamente no placar. O pênalti não marcado sobre Gustavo Gómez, que foi empurrado na área pelo meia Jorginho. E duas faltas não foram marcadas no lance que resultou no pênalti sobre Pedro.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio não deu e o VAR teve a desfaçatez de ignorar a primeira falta, sobre Vítor Roque, sob a alegação de que a ação ofensiva não tinha sido iniciada. Ora, é o fim de qualquer lógica na interpretação de lances no Brasil. Toda jogada de gol deve ser analisada desde a origem, pelo menos sempre foi assim no mundo inteiro.
Sim, o Palmeiras não tem muito direito de chiar, mas o Flamengo não pode de forma alguma se comportar como vítima das circunstâncias. Não há verdade nesse queixume; há método.
A verdade é que vários campeonatos importantes já foram decididos (com resultados desvirtuados) por influência direta de árbitros medíocres e covardes, agora tendo o VAR como validador das lambanças.
Editado por Clayton Matos