Bons jogos têm embalado este divertido Mundial de Clubes. Para gáudio de muitos, o futebol sul-americano se mantém invicto após a primeira rodada, feito significativo principalmente nos confrontos contra europeus, mas nada além disso. Nesse sentido, o Fluminense se destacou por encurralar o Borussia Dortmund, esquadrão de primeira linha do futebol germânico.
Com postura audaciosa e segura, o Flu soube conduzir o jogo de acordo com a característica de seus jogadores e foi ofensivo sem sofrer com o forte ataque do Borussia. Renato Gaúcho já foi muito criticado por montar times taticamente dispersivos, mas desta vez acertou a mão.
Apesar do empate sem gols, foi a melhor atuação de um brasileiro na competição, superando a estreia do Palmeiras diante do Porto e as vitórias de Botafogo e Flamengo. Pode-se dizer que só faltou o gol. Com grande movimentação e jogadas de efeito, Arias foi o melhor tricolor em campo.
Os argentinos também sobreviveram ao primeiro giro. O River Plate, do prodígio Mastantuono (17 anos), passou pelo Urawa Reds por 3 a 1, em Seattle, anteontem. O Boca Juniors fez o mais do mesmo: abusou das artimanhas milongueiras para arrancar um 2 a 2 diante do Benfica.
Até o público dos jogos parece ter melhorado desde a abertura da competição. Ontem, na partida entre Real Madrid e Al-Hilal, o público lotou as dependências do Hard Rock Stadium de Miami, mas a estreia de Xabi Alonso no Real terminou de forma frustrante.
Empate de 1 a 1, com boa atuação do Al-Hilal e muitos erros de finalização por parte dos merengues. Simone Inzaghi, ex-Inter de Milão, também estreante, saiu mais feliz. O Real Madrid perdeu pênalti aos 47’ do 2º tempo.
Divertido mesmo é acompanhar a pachecagem de boa parte da mídia brazuca, com sentimentos de puro amor por Palmeiras e Flamengo, apontados pelos mais afoitos como candidatos ao título. Os delírios se repetem em todas as mesas-redondas: houve quem louvasse a atuação rubro-negra contra o desconhecido Esperance como “coisa de cinema”.
Para hoje, fortes emoções para as torcidas de Palmeiras e Botafogo. Os periquitos encaram uma bela garapa pela frente: o Al Ahly do Egito, às 13h. Já o Fogão pega uma carne de pescoço: o campeão europeu PSG, que descascou o Atlético de Madrid logo na estreia, metendo 4 a 0.
Que Mané Garrincha, Nilton, Carlito Rocha e até o místico cãozinho Biriba se materializem para ajudar a Estrela Solitária a fazer um papel digno, a partir das 22h, no tapete do Rose Bowl (California). É, sem dúvida, o embate mais aguardado deste início de Mundial. Oremos.
Claudinei mantém cautela às vésperas do Re-Pa
Enquanto o rival vem treinando sob o comando de um técnico não oficial ainda, o PSC já tem Claudinei Oliveira no cargo há 10 dias. A estreia oficial foi na sexta-feira passada, com vitória difícil e importante contra o Botafogo-SP. O Papão não havia vencido ainda na Série B. O triunfo por 1 a 0 (gol de Leandro Vilela) gerou alívio e entusiasmo na torcida.
Consciente dos perigos da empolgação excessiva, as declarações de Claudinei revelam cautela em relação ao clássico, que ele só conhece dos tempos de atleta – foi goleiro do Remo na temporada de 2000.
O técnico tem lá seus motivos para conter excessos. Além da condição de lanterna do campeonato (7 pontos), o PSC ainda precisa definir os três setores do time para o clássico. Existem vários ajustes a serem feitos em relação à equipe que enfrentou o Botafogo paulista.
Alguns jogadores recém-chegados poderão entrar de cara – Diogo Oliveira, Thalison, Garcez, Denner –, mas é o nível de condicionamento que vai determinar o aproveitamento ou não desses atletas. Um ponto é evidente: tecnicamente, mostraram mais qualidade que os antigos titulares.
Outro motivo de preocupação para Claudinei Oliveira é a dúvida quanto a peças importantes, como o lateral-direito Edilson, que se recupera de lesão.
Cartão vermelho para o racismo no futebol
No Re-Pa deste sábado (21), o Ministério Público do Estado (MPPA) vai lançar oficialmente a campanha “Cartão Vermelho para o Racismo”, no Estádio Olímpico Jornalista Edgar Proença. (Mangueirão). A iniciativa visa transformar os estádios em espaços de respeito, inclusão e igualdade racial.
A ação será conduzida pelo procurador-Geral de Justiça Alexandre Tourinho e pelo promotor de Justiça Eduardo Falesi, marcando a adesão do MPPA à campanha nacional promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), em parceria com a CBF.
Com o lema “Não é só falta grave, é cartão vermelho para o racismo”, a campanha prevê a distribuição simbólica de cartões vermelhos aos torcedores na entrada do estádio. A ideia é promover uma manifestação coletiva de repúdio ao racismo, com envolvimento direto do público.
Os jogadores de Remo e Paysandu também irão aderir à causa, entrando com faixas da campanha. De acordo com dados do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, os casos de racismo nos estádios cresceram 444% em menos de uma década: de 25 registros em 2014, saltaram para 136 casos em 2023. Segundo o levantamento, 41% dos jogadores negros brasileiros afirmam já ter sido vítimas de racismo.