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Origem é a herdeira de Lost?

Origem é a herdeira de Lost?

Quando “Lost” se tornou um fenômeno de audiência, a internet e as redes sociais ainda engatinhavam no mundo. Mesmo assim, com uma trama inicialmente instigante, a série gerou muitas teorias nas redes e conquistou o público. Quando a trama encerrou, em 2010, os estúdios de TV dos EUA correram para tentar criar um novo show que prendesse o público, mas a maioria não conseguiu garantir histórias com mistérios e suspense de qualidade. A verdade é que pouca coisa se salvou na missão de fazer o público roer as unhas e esperar a resolução dos plot twists seguintes.

Pois bem, tem mais um exemplar nessa tentativa. E dessa vez, reúne boa parte das cabeças por trás de “Lost”, entre produtores, roteiristas e até atores. Trata-se de “Origem” (“From”, 2022), criada pelo MGM +, cuja primeira temporada é exibida com exclusividade no Brasil pelo Globoplay. Além de Jack Bender (produção) e Harrold Perrineau (ator), vindos de “Lost”, a série também é produzida pelos irmãos Russo, os diretores de “Vingadores – Guerra Infinita” e “Ultimato”.

A premissa, por si só, é interessante, apesar de não ser muito original: uma família viajando em um trailer acaba em uma cidade onde ficam presos e se deparam com outros habitantes que enfrentam a mesma situação: não conseguem sair do local, já que a estrada leva para o mesmo lugar. Para piorar, quando chega a noite, criaturas monstruosas disfarçadas de humanos saem para matar quem estiver pelo caminho, e eles são obrigados a se esconder nas casas. A partir daí, eles precisam criar uma organização social minimamente funcional e administrar conflitos para se manter vivos.

O que conta pontos a favor de “Origem”, pelo menos no primeiro ano da série, é o clima de angústia em relação aos personagens, que funciona. A série, acertadamente, divide os núcleos e consegue dar tempo para entendermos conflitos individuais e personalidades, para que nos importemos com o destino de cada um. O elenco é meio irregular, entre veteranos, como Catalina Sandino Moreno (indicada ao Oscar por “Maria Cheia de Graça”), e muitos iniciantes, que não têm muitos recursos dramáticos em momentos importantes.

Mesmo assim, o roteiro tem ótimos momentos e os mistérios são bem elaborados, além de bons cliffhangers entre os episódios, sem subestimar a inteligência do espectador. E incluem bons efeitos especiais na hora de mostrar os monstros, não poupando em sangue e gore, o que reforça a urgência dos acontecimentos.

Sem dar spoiler, é possível imaginar para onde a trama caminha e, mesmo assim, o criador, John Griffin, parece ter boas cartas na manga para fazer a mitologia se manter por mais temporadas.

Por sinal, a segunda já estreou nos EUA e o estúdio deve encomendar uma terceira em breve, já que a produção tem se beneficiado do burburinho entre o público, inclusive no Brasil, onde a série é um dos produtos mais assistidos do Globoplay nas últimas semanas. Para quem gosta de horror e histórias intrigantes, é um prato cheio.