TEXTO: TYLON MAUÉS
O final de 2022 trouxe algumas perdas e nenhuma teve tanta repercussão mundial quanto a de Edson Arantes do Nascimento. Pelé foi, provavelmente, o maior brasileiro da história sob a ótica de quem está de fora do País. Primeiro grande astro do esporte mais popular do planeta, ele também atuou fora das quatro linhas, e muito. A obsessão pela vontade de ser cantor foi louvável, mas sem sucesso. No cinema, deu as caras em algumas obras, algumas memoráveis. Nas HQs não foi diferente.
No Brasil, o caso mais conhecido vem do universo da Turma da Mônica. Pelé virou Pelezinho nas pranchetas de Mauricio de Sousa – outro brasileiro enorme, mas este para consumo interno. As histórias narravam a infância do Rei em tirinhas de jornal e em revistas, numa parceria que durou de 1976 a 1986, reaparecendo esporadicamente em anos seguintes.
PELÉ, LA PERLA NEGRA
Mundo afora, o Rei estrelou outras revistas. Em agosto de 1970, o número 74 da revista mexicana “Estrellas Del Deporte” trouxe uma história em quadrinhos contando a vida do Rei, intitulada de “Pelé, La Perla Negra”. A revista mostra a história de Pelé de sua infância até o título de 1958, na Suécia. A revista foi lançada logo depois do tri no México, em 1970, e virou peça de colecionador, considerada uma raridade hoje em dia. Na revista não há crédito, nem do roteirista e nem do desenhista.
Em 2016, ele ganhou uma biografia em quadrinhos pela editora francesa 21g: “Le Roi Pelé – L’Homme et la Légende” (O Rei Pelé – O homem e a lenda), com roteiro do jornalista e escritor Eddy Simon e arte de Vincent Brescaglia. A graphic novel mais uma vez tenta contar a história de Pelé e faz parte da coleção Destins D’Histoire (Destinos da História), que já conta com álbuns sobre Gustave Eiffel, Gandhi, Madre Tereza e Martin Luther King Jr.
ATLETA DO SÉCULO
Fuçando bem, outras obras podem ser encontradas. Os erros pessoais de Edson nunca eclipsarão o que Pelé representou para o mundo. Para nós, como bem exemplificou o “New York Times”, ele foi a face global do Brasil, um embaixador informal do país, um raro momento de excelência brasileira que é inigualável e, pelo caráter mítico, nunca será alcançado, mesmo que os números dele sejam igualados ou superados. Um dia um grande conjunto de criadores se debruçará sobre a trajetória do Atleta do Século para uma HQ definitiva sobre o jogador definitivo.