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O adeus ao mestre dos filmes B

Abro espaço aqui para homenagear uma das figuras mais importantes para o cinema americano (e mundial) e que faleceu no último dia 9 de maio: Roger Corman. Bem, se você ainda não sabe quem é, uma informação importante: este cara é um produtor de cinema que revelou alguns dos maiores cineastas da história, dando-lhes suas primeiras oportunidades por trás das câmeras, como Martin Scorsese, James Cameron e Francis Ford Coppola.

Corman produziu mais de 300 filmes de baixo orçamento e dirigiu outros tantos, se mantendo ativo até depois dos 90 anos. O segredo foi seguir um caminho que ele não inventou, mas foi o principal artífice, e que muitos seguem até hoje: produzir filmes com pouco dinheiro e fazer boas bilheterias, pagando custos e tendo lucro razoável.

Geralmente, eram histórias com roteiro bagaceiro, efeitos ruins e atores iniciantes ou decadentes. Onde faltava dinheiro, sobrava criatividade: pôsteres chamativos, títulos apelativos e sinopses absurdas, atraindo a curiosidade do público disposto a gastar algum tostão nos cinemas, em épocas onde os espaços de exibição ocupavam ruas e eram consideravelmente mais baratos.

O produtor também tinha faro para as novidades e aproveitou muito bem o boom do VHS e do home vídeo, lançando suas bagaceiras direto para os videocassetes e, por um tempo menor, no mercado de DVDs, mantendo a façanha do lucro fácil

a partir de um produto feito com a cara e a coragem, mais um pouco de cara de pau.

É importante lembrar que além de fomentar talentos futuros da indústria cinematográfica, Corman deu emprego para muita gente, tanto da área técnica quanto na atuação, mantendo a roda girando para quem não estava diretamente no interesse da grande indústria, além de divertir a audiência que surgiu entre os fãs de “filmes B”, e que foi seguido em menor escala por outras produtoras, como a Cannon, Asylum, Carolco e até as brasileiras da “Boca do Lixo”.

Roger Corman recebeu o Oscar honorário vitalício em 2009, marcando para sempre seu nome na história do cinema.

A HORA DA ESTRELA

Após restauração digital em 4K, “A Hora da Estrela” estreia hoje (16), com exclusividade, no Cine Líbero Luxardo. Depois de mais de 30 anos desde seu lançamento, o primeiro longa da diretora Suzana Amaral volta aos cinemas através do projeto Sessão Vitrine Petrobras. Este clássico da história do cinema brasileiro é uma adaptação da novela “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, que está disponível pela editora Rocco. Consultem a programação abaixo e prestigiem o cinema nacional.