RENDIMENTO NA BERLINDA

No Remo, parte física vira prioridade

Quando o torcedor azulino critica Antônio Oliveira está, na prática, estabelecendo uma diferença com o seu antecessor, Daniel Paulista, o que é uma injustiça

Quando o torcedor azulino critica Antônio Oliveira está, na prática, estabelecendo uma diferença com o seu antecessor, Daniel Paulista, o que é uma injustiça
Quando o torcedor azulino critica Antônio Oliveira está, na prática, estabelecendo uma diferença com o seu antecessor, Daniel Paulista, o que é uma injustiça. Foto: Samara Miranda/Remo

Quando o torcedor azulino critica Antônio Oliveira está, na prática, estabelecendo uma diferença com o seu antecessor, Daniel Paulista, o que é uma injustiça. A frustração advinda da saída de Paulista rumo ao Sport não pode ser direcionada para Oliveira, que foi o profissional buscado pelo Remo para comandar o time na sequência da Série B.

Antônio Oliveira tem perfil profissional diferente do de Daniel Paulista. Para começar, trouxe um retrospecto recente negativo, com passagens ruins pelo Corinthians e pelo próprio Sport. Daniel vinha de trabalhos satisfatórios quando chegou ao Remo e tornou-se unanimidade pela excelente condução da equipe por 11 rodadas.

Daniel teve tempo para trabalhar. Oliveira já chegou sob pressão. Comanda o Remo desde o clássico Re-Pa, na 13ª rodada, cujo resultado talvez seja a causa da antipatia cultivada pelo torcedor. Poucos lembram que ele havia acabado de assumir o time, mas a quase totalidade da torcida o culpa pela derrota considerada (até hoje) inaceitável para o rival.

O período de adaptação ao clube e o tempo necessário para conhecer o elenco também contribuíram para resultados que, no geral, são inferiores aos de Daniel Paulista, que deixou o Remo com 20 pontos ganhos, despedindo-se na 11ª rodada, com vitória sobre o Operário-PR (2 a 1).

Em cinco jogos, Oliveira acumula uma vitória, uma derrota e três empates, dois deles dentro de casa – Cuiabá e Novorizontino. Seis pontos conquistados, aproveitamento razoável, que pode melhorar sensivelmente em caso de um bom resultado na quinta-feira contra o Avaí.

A escolha dos titulares e a definição de um modelo de jogo também são pontos muito questionados no trabalho de Oliveira. Ele precisa apresentar soluções imediatas, capazes de fazer o time voltar a render ofensivamente. Para isso, precisa de alternativas confiáveis para colocar em campo.

As situações de Régis, Cantillo e Marrony, todos com problemas físicos que impedem a regularidade, fazem com que o Remo tenha sistematicamente que modificar a estrutura do time durante os jogos. Contra Cuiabá, Chapecoense e Novorizontino, esses problemas prejudicaram a atuação da equipe nos dois tempos das partidas.

Além do baixo desempenho técnico, o time tem sofrido acentuada queda de rendimento físico, cada vez mais essencial para obter vitórias na Série B. Está óbvio que Oliveira e sua comissão técnica precisam dar prioridade máxima ao condicionamento da equipe.

Leão segue em alta, Papão reduz risco

Análises que circulam na internet, principalmente nas redes sociais, primam pelo estardalhaço em relação à campanha do Remo, a melhor do clube no Campeonato Brasileiro em muitos anos. Ao mesmo tempo em que a sensacional vitória do PSC sobre o Coritiba ainda repercute, surgem pitacos excessivamente negativos sobre a trajetória do rival.

O fato é que, para surpresa de muitos, os dois representantes paraenses vivem momentos interessantes na Série B. O Remo está com a mesma pontuação da Chapecoense, 4ª colocada, com 26 pontos, e a cinco do Novorizontino, 3º, com 31 pontos.  

Um levantamento do Departamento de Matemática da UFMG dá 19% de chances de acesso ao Leão, o que é um excelente percentual. Já o Papão diminuiu o risco de rebaixamento do Paysandu de 45,5% para 32%, número ainda preocupante, mas em processo de redução.

São boas notícias, que precisam ser observadas de um ponto de vista mais racional. Mal divulgadas e analisadas, acabam perdendo o real significado. Recomenda-se calma e prudência aos navegantes de primeira viagem.  

Transfer Ban, um empecilho na rota do Papão

Tem muito torcedor do PSC que nem lembra do lateral-esquerdo Keffel, contratado junto ao Torrense, de Portugal. Não é pra menos. O atleta jogou apenas uma vez com a camisa do Papão na temporada passada, sem mostrar talento especial. Ocorre que uma pendência financeira referente à aquisição do jogador atormenta o clube ao barrar as transferências na atual janela, que abriu no dia 10 de julho.

O PSC já teria pago metade da dívida, mas a situação só se normaliza com a quitação total. A esperança é que a janela vai até o começo de setembro, o que pode permitir que o clube ainda faça contratações.

O clube adquiriu 50% dos direitos econômicos de Keffel junto ao Torrense a um custo de 155 mil euros (cerca de R$ 990 mil), mas apenas um pedaço do valor acordado (75 mil euros, R$ 439,54) foi pago, o que levou a agremiação portuguesa a acionar a Fifa.

O imbróglio financeiro entre Torrense e PSC não afeta a situação do jogador, que segue com vínculo até novembro com os bicolores. Atualmente, está cedido por empréstimo ao Portimonense, de Portugal.

Em meio a isso tudo, surpreende o fato de o PSC ter aceitado pagar quase R$ 1 milhão por um jogador desconhecido e de qualidade duvidosa. Alguém precisa explicar muito bem essa transação.    

O lateral Dalbert e o volante Giovane Meurer, jogadores pretendidos pelo Papão, acabaram tomando outros caminhos devido ao bloqueio da Fifa. O Transfer Ban é uma punição administrativa aplicada aos clubes que não pagam as transferências internacionais. Após denúncia, a Fifa notifica o clube devedor e dá prazo de 45 dias para que a dívida seja paga.