O primeiro avião para repatriar brasileiros que queiram deixar o Líbano deve pousar na capital, Beirute, na tarde desta sexta-feira (4). O sul do país foi invadido por Israel na última segunda-feira (30), em uma operação militar que agrava a guerra em andamento no Oriente Médio.
A previsão, de acordo com autoridades brasileiras, é que a aeronave chegue à base aérea de Guarulhos, de volta ao Brasil, às 8h do sábado (5).
Israel aumentou a intensidade de seus ataques contra o Hezbollah nas duas últimas semanas, em ações que culminaram com a morte do líder do grupo e, mais recentemente, na invasão por terra do território controlado pelo grupo extremista no sul libanês.
Diante da escalada da guerra, o governo Lula (PT) anunciou o início de uma operação de repatriação, nos moldes do que ocorreu após os ataques terroristas do Hamas contra Israel em outubro do ano passado. Na ocasião, mais de 1.400 pessoas foram repatriadas de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Segundo o chanceler Mauro Vieira, atualmente cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano, além de cidadãos que estão em visita ao país. O Itamaraty informou nesta semana que pelo menos 3.000 brasileiros já preencheram formulários de interesse para entrar na fila da repatriação.
Segundo o ministro, o levantamento sobre a comunidade brasileira em território libanês tem sido feito desde outubro do ano passado, mês em que Hamas atacou Israel e desencadeou a guerra atual, e que desde agosto há sondagens sobre os interessados em deixar o Líbano
O comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, afirmou que a primeira aeronave a participar da operação já está em Lisboa. A previsão é que ela decole na sexta para Beirute, onde deve permanecer por quatro horas.
Não haverá necessidade de reabastecimento no Líbano, uma vez que o avião está com combustível suficiente para fazer o trajeto de ida e volta da capital portuguesa.
Damasceno também estimou a capacidade da FAB de repatriar até 500 pessoas por semana, com modelos KC-30 e KC-390. O critério estabelecido pelo governo prevê prioridade para brasileiros não residentes no Líbano, depois os residentes. Dentro dessas categorias, haverá prioridade para os critérios previstos por lei: idosos, mulheres, gestantes, crianças, doentes e pessoas com deficiência.
Considerada a fila anunciada pelo Itamaraty, isso significa que a missão de repatriação dos que já declararam interesse deve durar pelo menos seis semanas.
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