O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu uma série de ordens de clemência na quarta-feira, anulando condenações ou comutando penas de 25 pessoas, incluindo simpatizantes e aliados condenados na Justiça por crimes como corrupção, fraude fiscal, tráfico de drogas e até homicídio. Entre os beneficiados pelas ordens assinadas por Trump, segundo uma fonte da Casa Branca, estão políticos do Partido Republicano afastados do cargo e presos por recebimento de propina e o fundador de uma gangue de Chicago.
A nova série de clemências concedidas por Trump é o sinal mais recente dos esforços do presidente para redefinir o abrangente universo dos perdões presidenciais. Em vez de seguir o processo formal do Departamento de Justiça para examinar os requerentes, que tem como objetivo identificar e avaliar pedidos de clemência de pessoas que cumpriram suas penas e demonstraram arrependimento, o republicano tem preferido usar o instituto para recompensar seus apoiadores e incentivar aqueles que reforçam a narrativa de que as autoridades ligadas ao governo de Joe Biden promoveram perseguição política.
A Casa Branca não divulgou uma lista oficial com todos os beneficiados na atual leva de perdões concedidos pelo presidente, mas alguns nomes confirmados por funcionários do governo mostram uma série de figuras condenadas por crimes graves, com penas altas, incluindo muitas que admitiram culpabilidade.
É o caso de Larry Hoover, um dos fundadores do grupo criminoso Gangster Disciples, que tinha quase 30 mil membros somente em Chicago e arrecadava US$ 100 milhões por ano com o tráfico de drogas em todo o país. “Rei Larry”, como era conhecido, foi preso no estado de Illinois na década de 1970 pelo assassinato de um traficante rival. Apesar do perdão, não se espera que Hoover ganhe liberdade, uma vez que tem mais de 100 anos de pena a cumprir por acusações estaduais de homicídio, que não são alcançáveis pelas formas de clemência presidencial. Contudo, o benefício concedido por Trump pode tirá-lo da prisão de segurança máxima onde está detido.