
Um funcionário de uma empresa do Chile recebeu, por engano, 165 milhões de pesos chilenos (algo em torno de R$ 915 mil) e desapareceu logo em seguida. Sim, essa história é verdadeira e aconteceu após a empresa Consórcio Industrial de Alimentos (Cial), fazer o depósito por engano na conta do trabalhador.
A história começou em maio de 2022, quando o trabalhador, um simples ajudante de despacho, percebeu que o salário daquele mês estava “um pouco mais generoso que o normal”, cerca de 330 vezes acima do valor devido. Até aí, ele agiu certinho — avisou a empresa do erro. Só que, logo depois, pediu demissão e sumiu com o dinheiro, deixando o setor de RH e advogados do Cial com taquicardia.
Empresa tenta reverter a absolvição
A saga foi parar nos tribunais. O Cial, dono das marcas La Preferida, San Jorge e Winter, não se conformou com a decisão da Justiça de absolver o ex-funcionário do crime de furto por considerar o volume depositado por engano “um achado”. Agora, a empresa apresentou um recurso de nulidade na Corte de Apelações de Santiago, pedindo que ele seja condenado por apropriação indébita.
Segundo o advogado Leonardo Battaglia, a corte errou feio ao considerar o caso “não criminoso”. Ele alega que o ex-funcionário sabia muito bem o que estava fazendo e fez transferências e retiradas para ficar com o dinheiro — o que, na visão da defesa da empresa, é crime, não um simples “achado não é roubado”.
Erro é da empresa, não do cidadão
Por outro lado, os advogados do trabalhador sustentam que ele não teve má-fé e que o erro partiu da própria empresa. Afinal, quem nunca sonhou em abrir o contracheque e achar que o universo finalmente reconheceu o próprio valor?
O caso agora está nas mãos da Corte de Apelações, que decidirá se o homem vai continuar sendo o funcionário mais sortudo (e polêmico) da história do Cial — ou se o golpe de sorte vai acabar virando caso de polícia.
Enquanto isso, no RH do mundo todo, fica a lição: antes de apertar “confirmar” na folha de pagamento, confira três vezes. Porque nem sempre quem ri por último devolve o PIX.