INDONÉSIA

Socorristas que tentam resgatar brasileira descerão 650 metros em cordas

As autoridades locais explicaram que conseguiram localizar Juliana com um drone térmico na manhã de ontem a cerca de 650 metros de profundidade.

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Foi com a ideia de fazer um mochilão pelo sudeste asiático que a brasileira Juliana Marins, 26, chegou até a Indonésia.
Foi com a ideia de fazer um mochilão pelo sudeste asiático que a brasileira Juliana Marins, 26, chegou até a Indonésia. Foto: Divulgação

Equipes de resgate da Indonésia precisarão descer mais de 650 metros na encosta do Monte Rinjani para resgatar a brasileira Juliana Marins, presa no local desde a manhã do sábado (noite da sexta-feira no Brasil).

Uma das tentativas de resgate é feita por pessoas presas em cabos. A Barsanas (Agência Nacional de Resgate da Indonésia) detalhou que a “tentativa manual” de alcançar a brasileira é uma das abordagens feitas pelo time diante da impossibilidade de usar um helicóptero por causa do mau tempo.

Resgatistas se aproximaram do ponto onde a brasileira está, mas precisaram parar por causa do anoitecer. Em uma atualização feita na manhã de hoje (fim da tarde na Indonésia), a administração do parque informou que sete resgatistas passarão a noite em um acampamento móvel, firmado no caminho até o ponto onde Juliana foi vista pela última vez.
Oxigênio rarefeito prejudica equipes de buscas. Além de serem constantemente prejudicados pelo mau tempo, as equipes que tentam recuperar Juliana enfrentam altitude de 9 mil pés (altura equivalente a 2,7 mil quilômetros), o que exige aclimatação das equipes.

Brasileira despencou 400 metros entre o dia em que caiu e o terceiro dia de buscas. As autoridades locais explicaram que conseguiram localizar Juliana com um drone térmico na manhã de ontem a cerca de 650 metros de profundidade. A mulher estava “deitada sobre uma pedra” em uma área de desfiladeiro íngreme e de difícil acesso.

Trecho da trilha onde jovem caiu foi fechado para a operação de resgate. A informação foi confirmada pela administração do parque, que, por três dias, permitiu a entrada e passagem de turistas pelo mesmo local onde a brasileira se desequilibrou e caiu.

Demora no resgate ocorreu por dificuldades na trilha, justificou governo local. A agência afirmou que a dificuldade de acesso à trilha fez com que as pessoas que viram que Juliana tinha caído levassem oito horas até conseguir avisar as autoridades sobre o acidente. Segundo eles, desde o primeiro dia tentativas de resgate com cordas e macas foram feitas, sem sucesso.

LOCALIZADA ‘IMOVEL’

Juliana foi novamente localizada “imóvel” e a 500 metros de profundidade ontem. A informação foi dada pela equipe que administra o parque do Monte Rijani em publicação nas redes sociais.

Na segunda, equipes conseguiram descer 250 metros até ela, mas ainda estavam longe de alcançá-la. Segundo a família de Juliana, eles estavam a 350 metros de distância da brasileira quando condições climáticas interromperam o resgate às 16h no horário local (5h no horário de Brasília). Dois alpinistas experientes integram equipe de reforço às buscas, disse a família.

Funcionários da embaixada acompanham esforços de resgate, informou Itamaraty. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que autoridades locais “no mais alto nível” foram mobilizadas para enviar equipes de resgate à área do vulcão.

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira (20), segundo a família. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.

Três horas depois do acidente, um grupo de espanhóis encontrou a brasileira. A irmã dela, Mariana, vive em Niterói (RJ), disse ao UOL que as pessoas que passaram pelo local perguntaram o nome de Juliana e tentaram achar familiares e amigos dela pelas redes sociais.

Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, na espera pelo resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de uma neblina e umidade muito forte, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais da pedra. A irmã chegou a dizer que seria um ”absurdo se ela morresse por falta de socorro”.

Juliana fazia um ”mochilão” desde o final de fevereiro com uma agência de turismo. ”A empresa de turismo que a levou ficou mentindo o tempo todo, dizendo que o resgate tinha chegado, e não tinha chegado coisa nenhuma”, relatou a irmã.