
O presidente do Equador, Daniel Noboa, sofreu um atentado nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, enquanto se dirigia a um evento na província de Cañar, localizada na região central do país. O governo confirmou que Noboa não se feriu durante o ataque, que a ministra de Energia, Inés María Manzano, classificou como uma “tentativa de assassinato”. O incidente ocorreu quando o carro do presidente foi cercado por uma multidão de aproximadamente 500 pessoas.
Esse ataque destaca a crescente tensão política e social no Equador, um país que enfrenta desafios significativos relacionados à segurança e ao narcotráfico. Desde que assumiu a presidência em 2023, aos 35 anos, Noboa se tornou o presidente mais jovem da história do Equador. Ele conquistou a reeleição em 2025 com cerca de 56% dos votos, garantindo seu mandato até 2029. Nascido nos Estados Unidos, Noboa vem de uma família com um vasto império empresarial, incluindo uma das principais exportadoras de bananas do país.
Carreira política e medidas de segurança
Antes de se tornar presidente, Noboa teve uma breve carreira política como deputado e presidiu a Comissão de Desenvolvimento Econômico, onde trabalhou em diversos projetos de lei nas áreas econômica, tributária e de investimentos. Desde o início de seu governo, ele implementou uma ofensiva contra o narcotráfico, que incluiu o envio de militares às ruas e dentro das prisões. Essa abordagem, que gerou comparações com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, busca combater a crescente violência no país.
Entretanto, Noboa enfrenta críticas de organizações de direitos humanos, que apontam abusos da força pública durante os prolongados estados de exceção e a declaração de conflito armado interno. Ele afirma ter reduzido a taxa de homicídios de 47 por 100.000 habitantes em 2023 para 38 por 100.000 em 2024, embora o Equador tenha registrado o maior número de homicídios proporcionalmente à sua população na América Latina, segundo o think tank Insight Crime.
Relações diplomáticas e políticas externas
Na reta final de sua campanha de reeleição, Noboa buscou apoio do presidente americano, Donald Trump, na luta contra o crime e não descartou a possibilidade de reabrir bases militares estrangeiras, atualmente proibidas por lei. Além disso, ele anunciou uma aliança com Erik Prince, fundador da empresa de segurança Blackwater, que tem um histórico controverso em operações no exterior.
As relações de Noboa com governos de esquerda se tornaram tensas, especialmente após a ordem de uma incursão policial na embaixada do México em Quito para capturar o ex-vice-presidente correísta Jorge Glas, condenado por corrupção. Essa ação resultou em um rompimento diplomático com o México, refletindo a postura firme de Noboa em relação à corrupção e à segurança.
Vida pessoal e imagem pública
Daniel Noboa se apresenta como um político de centro-esquerda, mas sua política econômica tende a ser neoliberal, o que o posiciona mais à direita no espectro político. Ele mantém uma presença ativa nas redes sociais, onde se mostra próximo do povo e se define como um católico devoto. Noboa é conhecido por sua rotina disciplinada, que inclui uma dieta balanceada e corridas diárias de até 10 km.
Casado com Lavinia Valbonesi, uma influenciadora de 26 anos, Noboa é pai de três filhos. Sua ex-esposa, Gabriela Goldbaum, fez acusações de machismo e violência vicária contra ele, alegando que ele usou a filha do casal para causar dor emocional. Além disso, a vice-presidente Verónica Abad, eleita ao seu lado, também o acusou de violência de gênero por suas tentativas de afastá-la do cargo.