Desde sexta-feira (6), Los Angeles e outras cidades da Califórnia vivem três dias de confrontos violentos entre manifestantes — erguidos contra as operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) — e forças federais, que mobilizaram a Guarda Nacional para conter as manifestações.
Como começou
Na manhã de sexta, agentes federais deflagraram batidas em diversos pontos de Los Angeles para deter imigrantes sem documentação. Grupos locais reagiram aos mandados de prisão com batuques em carros policiais, fogos de artifício e depredações. A Polícia Estadual e o LAPD (Departamento de Polícia de Los Angeles) responderam com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e granadas de efeito moral, dispersando tumultos em bairros como Westlake e no Centro.
Escalada e federalização da Guarda Nacional
Ainda no sábado (7), o “czar da fronteira” do governo Trump, Tom Homan, anunciou que manteria as operações de imigração, alertando que qualquer obstrução poderia resultar em detenção. Em resposta, o presidente Donald Trump autorizou o envio de cerca de 2 000 soldados da Guarda Nacional para “proteger agentes federais”, invocando poderes raramente usados sob o Título 10 do Código dos EUA. O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, classificou a medida como inconstitucional e prometeu processar o governo federal.
Principais incidentes
- Arremesso de objetos: manifestantes lançaram pedras, fogos de artifício e até peças de concreto contra viaturas e agentes.
- Veículos incendiados: ao menos cinco carros foram queimados no Centro.
- Desordem urbana: barricadas foram erguidas, cones espalhados e pichações marcaram prédios públicos.
- Prisões: mais de 150 manifestantes foram detidos em Los Angeles, além de dezenas em San Francisco.
Segundo o chefe do LAPD, Jim McDonnell, “a violência vem sendo alimentada por grupos anarquistas, não pelos protestos pacíficos em si”. Autoridades recomendam que comércios do Centro fechem temporariamente as portas e pedem à população que denuncie casos de vandalismo ou saques.
Desdobramentos
No domingo (8), o governador Newsom e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, mantiveram o posicionamento contrário à federalização, enquanto a Casa Branca reafirmou que o uso de máscaras nos protestos está proibido. Até o fechamento desta edição, não há previsão de recuo nas operações federais nem de trégua entre as partes em conflito.