INVESTIGAÇÃO

Polícia da Indonésia começa a investigar morte de Juliana Marins

Polícia da Indonésia abre investigação sobre morte de Juliana Marins em trilha no vulcão Rinjani

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Turismo de aventura exige preparo: morte de brasileira reacende debate sobre segurança em trilhas
Corpo da brasileira de 24 anos deve chegar ao Brasil nesta terça-feira; autoridades apuram possível negligência no resgate

A Polícia Nacional da Indonésia abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, que faleceu após sofrer uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. A informação foi confirmada nesta terça-feira (1º) pela Polícia Sub-Regional de East Lombok.

Segundo o inspetor assistente sênior I Made Dharma Yulia Putra, já foram ouvidas diversas testemunhas, incluindo o organizador da trilha, o guia que acompanhava as turistas, o carregador e policiais florestais da região. Uma equipe da polícia, com apoio de especialistas da Embaixada do Brasil, realizou uma inspeção nos arredores do vulcão, onde ocorreu o acidente.

A chefe do Parque Nacional de Rinjani, Lidya Saputro, afirmou que os protocolos de segurança do parque estão sendo reavaliados após o caso.

Enquanto a investigação avança, o corpo de Juliana foi embarcado no Aeroporto I Gusti Ngurah Rai, em Bali, e deve chegar ainda hoje a São Paulo, de onde seguirá para o Rio de Janeiro. A Emirates, companhia aérea responsável pelo transporte, confirmou a chegada para esta terça-feira (1º).

Relembre o caso

Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), desapareceu no dia 20 de junho após sofrer uma queda de aproximadamente 300 metros durante uma trilha com uma amiga no vulcão Rinjani, ponto turístico muito procurado por mochileiros. Ela foi encontrada morta quatro dias depois, no dia 24, após intensas buscas.

A jovem, que era dançarina de pole dance e formada em Publicidade pela UFRJ, estava em uma viagem pela Ásia desde fevereiro, tendo passado por Filipinas, Tailândia e Vietnã. O acidente ocorreu na Indonésia, último destino da viagem.

Em um vídeo gravado antes da queda, Juliana e a amiga comentam que a vista do alto da montanha “valeu a pena”. Após a queda, ela chegou a ser vista com vida por turistas, conseguindo mover os braços. As informações foram repassadas à família, que recebeu imagens e a localização exata da brasileira.

Apesar disso, a família relata que Juliana ficou desamparada por cerca de quatro dias, enquanto “escorregava” pela encosta do vulcão. Em momentos distintos, equipes de busca chegaram a localizá-la visualmente em diferentes pontos. A última imagem, captada por drone, mostrava Juliana cerca de 500 metros abaixo do penhasco, já imóvel. O corpo foi encontrado aproximadamente 650 metros abaixo do local da queda.

Comoção e repercussão

A morte da jovem causou grande comoção nas redes sociais. A página criada pela família para divulgar informações e cobrar providências reuniu mais de 1,2 milhão de seguidores em poucos dias. O caso também reacendeu debates sobre a falta de estrutura de resgate em pontos turísticos da Indonésia. O próprio governador da província chegou a admitir falhas no sistema de socorro durante entrevista à imprensa local.

O corpo de Juliana deve passar por uma nova autópsia no Brasil. A família, que contesta a versão inicial dos fatos, pretende buscar responsabilização civil e criminal por eventuais negligências no atendimento.