DESCOBERTA

NASA encontra possíveis vestígios de vida microbiana em Marte; vídeo

Uma amostra coletada pelo rover Perseverance, da NASA, pode conter potenciais evidências de vida microbiana antiga em Marte.

Uma amostra coletada pelo rover Perseverance, da NASA, pode conter potenciais evidências de vida microbiana antiga em Marte.
Uma amostra coletada pelo rover Perseverance, da NASA, pode conter potenciais evidências de vida microbiana antiga em Marte. Foto: Nasa

Uma amostra coletada pelo rover Perseverance, da NASA, pode conter potenciais evidências de vida microbiana antiga em Marte. A descoberta, publicada nesta quarta-feira (10) na revista Nature, representa um dos indícios mais promissores já encontrados de que o Planeta Vermelho pode ter abrigado formas de vida no passado.

A amostra, chamada Sapphire Canyon, foi retirada em 2024 de uma rocha chamada Cheyava Falls, localizada no antigo leito de rio da Cratera de Jezero. De acordo com os pesquisadores, a rocha apresenta potenciais bioassinaturas — substâncias ou estruturas que podem ter origem biológica, mas que ainda exigem mais estudos para confirmação.

“É o mais perto que já chegamos da descoberta de vida em Marte”, afirmou Sean Duffy, administrador interino da NASA. “Essa identificação de uma potencial bioassinatura é um marco científico.”

Minerais suspeitos e “manchas de leopardo”

A rocha analisada apresenta uma combinação de argila, silte, carbono orgânico, fósforo, enxofre e ferro oxidado — todos elementos que, na Terra, estão ligados à preservação de vida microbiana.

Instrumentos de alta precisão, como o PIXL e o SHERLOC, detectaram padrões coloridos distintos na rocha, apelidados de “manchas de leopardo”. Essas manchas apresentam sinais de dois minerais que, na Terra, podem ter origem biológica: vivianita e greigita.

Esses minerais podem se formar por reações de transferência de elétrons entre sedimentos e matéria orgânica — um processo usado por certos microrganismos para gerar energia. Embora também possam se formar por processos não biológicos (abiogênicos), como altas temperaturas ou ambientes ácidos, as condições da rocha não sugerem esses cenários extremos.

“A combinação de compostos que encontramos poderia ter sido uma fonte de energia para vida microbiana”, explicou Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, principal autor do estudo.

Indício surpreendente em rochas mais jovens

Uma das grandes surpresas é que a rocha analisada está entre as mais jovens investigadas até agora na missão. Isso contraria a expectativa de que sinais de vida estariam restritos a rochas mais antigas, sugerindo que Marte pode ter permanecido habitável por mais tempo do que se acreditava.

Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA, afirmou que os dados estão sendo disponibilizados à comunidade científica global para que outras equipes possam analisar e testar a hipótese da bioassinatura.

“Alegações astrobiológicas exigem evidências extraordinárias”, afirmou a cientista Katie Stack Morgan, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Mas esta é, sem dúvida, uma das pistas mais promissoras que já encontramos.”

Fonte: Nasa

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.