
Moradores de regiões banhadas pelo oceano Pacífico começaram a voltar para casa após evacuações por risco de tsunami nesta quarta-feira (30). Os avisos aconteceram em decorrência de um terremoto de 8,8 graus de magnitude em uma península na Rússia.
No Havaí, moradores que voltaram para casa foram informados de riscos de alagamentos. A Agência de Gestão de Emergências do país afirmou que o mar ainda concentrava “muita energia”, o que poderia fazer o nível das águas subir e causar correntezas fortes. “Tomem cuidado, dirijam devagar”, afirmou o órgão em comunicado.
No Japão, onde duas milhões de pessoas foram instruídas a deixar as próprias casas, nenhum alerta permaneceu ativo nesta quinta-feira (31). Uma mulher de 58 anos morreu na província de Mie após o carro em que estava cair de um penhasco. A polícia acredita que ela estivesse procurando uma área segura para se abrigar, segundo o canal NHK.
Chile, Peru e Equador, países que levantaram o alerta por último, já não têm áreas de risco nesta manhã. A “demora” nas evacuações nos países aconteceu por uma questão geográfica, já que a costa da América do Sul é um dos pontos banhados pelo pacífico mais distantes do local do terremoto na Rússia.
Governo chileno diz que evacuação trouxe lições e “pontos para corrigir” no futuro. A necessidade de que moradores abandonem carros particulares e façam evacuação a pé e a implementação de mais antenas para emitir avisos de alerta estão entre as mudanças a serem implementadas pelo Centro de Pesquisa em Gestão Integrada de Riscos de Desastres
“Se tivermos um tsunami perto da gente não vamos ter este tempo. No máximo, teremos uns 40 minutos”, disse José Galaz, do Cigiden, ao jornal La Tercera.
TSUNAMI ACONTECEU APÓS TERREMOTO MAIS FORTE NOS ÚLTIMOS 11 ANOS
O terremoto de magnitude 8,8 aconteceu perto da costa de Petropavlovsk-Kamchatskiy, na Rússia. O epicentro do tremor foi no mar, a uma profundidade de 20,7 km e a 126 km da cidade, que é capital da península russa de Kamchatka, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
Após o tremor, um vulcão entrou em erupção na península. O Klyuchevskoi, no extremo oriente do país, estava com acesso de turistas desaconselhado por causa de atividades sísmicas recentes.
Ninguém morreu, segundo autoridades russas. Apesar de ser o mais forte desde 2011, quando 15.000 pessoas morreram no Japão, o tremor deixou feridos leves e danos limitados. O governo russo atribuiu a falta de vítimas à “estrutura sólida” das construções e aos sistemas de alerta.
Maiores ondas foram de cerca de seis metros, sentidas nas Ilhas Curilas, arquipélago do extremo oriente russo. A princípio, serviços geológicos da Rússia alertaram para o perigo de ondas de até 15 metros, mas a previsão não se confirmou. No Havaí, região com as ondas mais altas fora da Rússia, a altura foi de 1,6 metros.
Mais de uma dúzia de países seguiram em alerta até a manhã desta quinta-feira (31). Estados Unidos, Peru, Japão, Chile, México e Colômbia são alguns dos que tiveram aviso para perigo de tsunami.