O mercado de inteligência artificial (IA) está em ebulição. Startups do setor receberam volumes recordes de investimento no primeiro semestre de 2025, atraindo fundos de risco e investidores de todo o mundo. No entanto, cresce a percepção de que o setor pode estar vivendo uma bolha da inteligência artificial, com avaliações acima da realidade e expectativas descoladas do que a tecnologia consegue entregar hoje.
Sam Altman alerta para comportamento de bolha
O alerta mais contundente veio de Sam Altman, CEO da OpenAI. Em declarações recentes, o executivo afirmou que o mercado passa por uma fase de “superanimação” e classificou como “insanos” e “irracionais” os valores pagos a pequenas empresas de IA em rodadas de captação.
Altman chegou a prever que “alguém vai perder uma quantidade fenomenal de dinheiro”, reforçando a comparação com outros períodos de especulação tecnológica.
Estudo do MIT mostra baixo retorno da IA
Um relatório do Massachusetts Institute of Technology (MIT) deu ainda mais combustível à discussão. O estudo analisou 300 projetos de inteligência artificial em empresas, entrevistou 150 executivos e ouviu 350 funcionários. O resultado foi preocupante: 95% das iniciativas não geraram economia mensurável nem aumento de lucros.
Segundo os pesquisadores, a falha não está apenas na tecnologia, mas também na estratégia. Muitas companhias priorizam o uso de IA em áreas como marketing e vendas, em vez de aplicá-la em processos internos capazes de gerar ganhos reais de eficiência e produtividade.
ChatGPT-5 não empolga usuários
O lançamento do ChatGPT-5, considerado uma das maiores atualizações da OpenAI, também mostrou sinais de desgaste no setor. Apesar da expectativa, a recepção foi morna. Usuários relataram que a nova versão parecia “fria” e “impessoal”.
O impacto foi tão forte que a empresa decidiu manter o ChatGPT-4o disponível para assinantes premium, uma medida incomum para um produto que deveria representar um salto de qualidade.
Big techs reduzem ritmo dos investimentos em IA
Outro indicador de cautela veio da Meta, liderada por Mark Zuckerberg. A empresa, que já ofereceu bônus milionários para atrair talentos em IA, decidiu desmantelar sua estrutura centralizada de inteligência artificial. Agora, a área foi dividida em quatro frentes: pesquisa, treinamento, produtos e infraestrutura.
A mudança foi interpretada por analistas como uma tentativa de reduzir riscos e reorganizar prioridades, sinalizando que nem mesmo as maiores companhias enxergam o crescimento da IA como ilimitado.
Expectativa pelo desempenho da Nvidia
A atenção do mercado agora se volta para os resultados trimestrais da Nvidia, previstos ainda nesta semana. A companhia é considerada um termômetro do setor por ser a principal fornecedora de chips usados no treinamento de modelos de inteligência artificial. O desempenho da empresa poderá indicar se a alta nas expectativas tem sustentação prática ou se a “bolha da IA” pode estourar mais cedo do que se imagina.
O Futuro da IA: Revolução ou Bolha?
Para especialistas, o debate em torno da bolha de inteligência artificial não significa que a tecnologia vá desaparecer ou perder relevância, mas sim que o mercado precisa calibrar expectativas. Assim como em outras ondas de inovação, alguns projetos devem prosperar, enquanto outros não passarão de apostas arriscadas.
Enquanto isso, investidores e empresas acompanham de perto cada movimento das gigantes do setor e cada novo estudo acadêmico, em busca de respostas para a mesma pergunta: o futuro da IA é uma revolução consistente ou apenas mais uma bolha prestes a estourar?