SEM TRÉGUA

Irã nega acordo para cessar-fogo anunciado por Trump; Tel Aviv ataca Teerã

A trégua foi anunciada pelo presidente americano após vários dias de troca de fogo aéreo. Ele disse que o acordo começaria a valer em 6 horas.

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A trégua foi anunciada pelo presidente americano após vários dias de troca de fogo aéreo. Ele disse que o acordo começaria a valer em 6 horas, na madrugada de terça em Brasília
A trégua foi anunciada pelo presidente americano após vários dias de troca de fogo aéreo. Ele disse que o acordo começaria a valer em 6 horas, na madrugada de terça em BrasíliaImagem: ANWAR AMRO/AFP

Horas após o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que um acordo de cessar-fogo entraria em vigor na guerra entre Irã e Israel, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, negou a informação –e Tel Aviv fez mais bombardeios contra Teerã na noite desta segunda-feira (23), madrugada de terça (24) no horário local.

Em suas redes sociais, Araghchi escreveu que não há um acordo formal de cessar-fogo entre os países. Segundo ele, porém, Teerã está disposto a interromper os ataques, desde que Israel também cesse suas investidas militares.

“Até o momento, não há acordo de qualquer cessar-fogo ou de interrupção das operações militares”, escreveu o chanceler. “No entanto, caso o regime israelense suspenda sua agressão ilegal contra o povo iraniano até as 4h, no horário de Teerã, não temos a intenção de continuar com nossas respostas após esse prazo.”

Em paralelo, as Forças Armadas de Israel emitiram uma ordem de retirada para bairros na região central de Teerã -uma tática já usada por Tel Aviv na Faixa de Gaza e que é descrita pelo Irã como “terrorismo psicológico”. Depois, novas explosões foram registradas na capital iraniana.

A trégua foi anunciada pelo presidente americano após vários dias de troca de fogo aéreo. Ele disse que o acordo começaria a valer em 6 horas, na madrugada de terça em Brasília, com um período inicial de 12 horas sem ataques iranianos.

Segundo um alto funcionário da Casa Branca, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, o acordo foi alcançado após conversas diretas de Trump com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e negociações com autoridades iranianas conduzidas por membros do governo americano, incluindo o vice-presidente J.D.
Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Detalhes do Acordo de Cessar-Fogo

De acordo com o funcionário, Israel concordou com a trégua desde que o Irã não volte a atacar. O anúncio do cessar-fogo ocorreu horas depois de ambos os lados ameaçarem novos ataques, aumentando a tensão no Oriente Médio.

No fim de semana, os EUA bombardearam instalações nucleares subterrâneas no Irã. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra uma base aérea americana nesta segunda, sem causar vítimas. Segundo o governo americano, foi após esse ataque que Trump decidiu agir diretamente para conter o avanço do conflito.

Apesar de ter declarado na semana passada que tomaria uma decisão sobre o uso de força militar “dentro de duas semanas”, Trump ordenou os ataques no sábado, marcando um movimento inédito em sua política externa: o engajamento direto dos EUA em uma ofensiva militar contra instalações nucleares do Irã, algo que o presidente vinha evitando desde o início de seu mandato.

A decisão causou desconforto em parte de sua base política, especialmente entre apoiadores mais radicais, que defendem o não envolvimento dos EUA em conflitos externos. A mediação do cessar-fogo, caso se mantenha, pode ajudar Trump a conter essas críticas e reforçar sua imagem como um líder disposto a fazer a paz após demonstrar força.

O presidente teria conduzido as negociações ao longo do dia do Salão Oval. Netanyahu, que há tempos pressionava por uma ação militar mais contundente contra o Irã, teria apoiado a trégua após as conversas com Trump.

De acordo com a Casa Branca, o presidente “demonstrou moderação” e reafirmou que o foco de sua política externa continua sendo a proteção dos interesses dos Estados Unidos.