A tensão entre Índia e Paquistão — dois países vizinhos com arsenal nuclear — atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (7) com o lançamento de uma operação militar indiana contra alvos no território paquistanês e na região disputada da Caxemira. As informações são da CNN Brasil.
De acordo com o governo indiano, os ataques com mísseis miraram infraestruturas terroristas vinculadas a grupos armados que, segundo Nova Délhi, operam a partir do Paquistão. A ação é uma resposta direta ao recente ataque em Pahalgam, que matou 26 pessoas, incluindo 25 turistas indianos e um cidadão do Nepal — o ataque mais mortal contra civis indianos em anos.
O Ministério da Defesa da Índia afirmou que a ofensiva foi “focada, comedida e não escalonada”, e que nenhuma instalação militar paquistanesa foi atingida. Foram atacados nove alvos específicos, segundo as autoridades indianas.
No entanto, o Paquistão negou qualquer vínculo com o atentado e classificou o ataque indiano como um ato de guerra. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, declarou que “uma resposta adequada está sendo dada” e prometeu reagir “no momento e local que escolher”. O Exército do Paquistão confirmou que mísseis indianos atingiram pelo menos cinco localidades, incluindo Kotli, Ahmadpur East, Muzaffarabad, Bagh e Muridke — três delas na Caxemira administrada pelo Paquistão e duas na província de Punjab.
Fontes militares paquistanesas informaram que os ataques resultaram na morte de pelo menos três civis, incluindo uma criança, e deixaram mais de uma dúzia de feridos. A CNN confirmou fortes explosões em várias partes da Caxemira.
Crise na Caxemira: escalada militar reacende temores de conflito nuclear
O novo confronto reacende preocupações globais sobre um possível conflito nuclear entre Índia e Paquistão, ambos com histórico de disputas armadas pela Caxemira — região montanhosa dividida pela Linha de Controle (LOC), mas reivindicada integralmente por ambos os países.
Desde a independência do Reino Unido há quase 80 anos, as nações travaram três guerras pelo território. A última ação militar comparável aconteceu em 2019, quando caças indianos bombardearam alvos no Paquistão após um atentado suicida que matou 40 paramilitares indianos.
Após o massacre em Pahalgam no mês passado, o governo de Narendra Modi enfrentou pressão popular e política para retaliar. A Índia respondeu com o fechamento de fronteiras, corte de laços diplomáticos e suspensão de um tratado bilateral de compartilhamento de água em vigor desde 1960.
O Paquistão nega qualquer envolvimento com os militantes e ofereceu apoio para uma investigação internacional neutra, o que foi rejeitado por Nova Délhi.
Comunidadade internacional pede moderação
Grandes potências como os Estados Unidos, a União Europeia e a China pediram moderação de ambos os lados, temendo que um novo conflito armado na Caxemira possa rapidamente escalar para uma guerra de grandes proporções.
A escalada militar entre Índia e Paquistão coloca novamente a Caxemira no centro das atenções globais, como uma das regiões mais perigosas do mundo — onde qualquer erro de cálculo pode ter consequências catastróficas.