A recente morte do Papa Francisco, ocorrida na última segunda-feira, colocou novamente o Vaticano no centro das atenções globais. Nas próximas semanas, terá início o conclave que elegerá o novo líder da Igreja Católica, um processo centenário que, além da tradição, também movimenta um curioso mercado paralelo: o das apostas.
Corrida papal: quem será o novo líder da Igreja?
Enquanto os cardeais se preparam para o conclave, casas de apostas em países como Reino Unido, Irlanda e Itália já recebem palpites sobre quem será o próximo pontífice. E dois nomes despontam como favoritos: o cardeal filipino Luis Antonio Tagle e o italiano Pietro Parolin.
No Brasil, no entanto, esse tipo de aposta é proibido. A legislação local não permite apostas de cota fixa em eventos que não sejam esportivos previamente autorizados. O novo marco regulatório das apostas, em vigor desde 2023, também veta mercados ligados a temas políticos, religiosos ou moralmente sensíveis.
Tagle e Parolin: os favoritos nas bolsas de apostas
Luis Antonio Tagle, de 67 anos, é frequentemente descrito como o “Francisco asiático” por sua atuação pastoral compassiva e seu forte compromisso com a justiça social. Ex-arcebispo de Manila e atual pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Tagle se destaca por seu acolhimento a grupos historicamente marginalizados, como mães solteiras, pessoas LGBTQ+ e divorciados. Suas odds variam entre 3.5 e 4, o que indica uma chance implícita de cerca de 25%.
Já Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, lidera com odds entre 2.5 e 2.88 — o que equivale a cerca de 40% de probabilidade. Com um perfil moderado e forte atuação diplomática, Parolin é visto como o candidato da continuidade e possui amplo respeito entre os cardeais eleitores.
Apostas no novo Papa
De onde virá o próximo Papa? Apostadores também tentam prever o continente
Além dos nomes, os apostadores também se arriscam a prever o continente de origem do próximo Papa. Segundo dados da plataforma Polymarket, a Europa lidera com 60% de probabilidade, seguida pela Ásia (26%) e pela África (12%). América do Norte (2%) e América do Sul (1%) aparecem com chances mínimas. A possibilidade de que não haja novo Papa em 2025 tem apenas 1% de aposta.
Outra questão levantada: será que o próximo Papa será negro? Para o mercado, as chances são de 13%, com queda registrada nas últimas 24 horas.
O impacto das apostas
Apostas não definem o Papa, mas revelam tendências
Embora não tenham qualquer influência sobre o conclave — cujas decisões são tomadas a portas fechadas por 120 cardeais —, as apostas refletem o sentimento popular e os bastidores percebidos da Igreja.
Esse é um mercado de alta volatilidade. Mudanças de percepção provocadas por discursos, entrevistas ou posicionamentos pontuais podem alterar drasticamente as odds de um candidato.
Vale lembrar: favoritos nem sempre vencem. As eleições de Joseph Ratzinger (Bento XVI) e Jorge Mario Bergoglio (Francisco) surpreenderam os apostadores, que davam preferência a outros nomes nos dias que antecederam os respectivos conclaves.